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Acordo ou briga?

Putin conversa com Donald Trump e Rússia faz maior ataque à Ucrânia desde o início da guerra

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque - Foto Divulgação/Sputniknews

Na noite de quinta, o mundo dormiu. Mas duas criaturas insuspeitas estavam acordadas, trocando confidências ao telefone: Vladimir Putin, o czar de gelo da estepe euroasiática, e Donald Trump, o bufão dourado da república das bananas nucleares.

O que disseram, ninguém sabe. Mas na madrugada de sexta, como quem responde a uma promessa mal cumprida ou a uma sugestão mal-interpretada, Putin resolveu mostrar que seu relógio não atrasa.

Com a sutileza de um rinoceronte numa loja de porcelanas, lançou o maior bombardeio contra a Ucrânia desde o início da guerra — 539 drones, 11 mísseis e uma mensagem clara: a OTAN pode engolir seus papéis timbrados.

As perguntas se acumulam como escombros em Kiev: Estariam os dois líderes alinhando um novo eixo, uma aliança secreta de narcisos armados até os dentes, com os olhos voltados para um mundo cada vez mais disfuncional? Ou será que a conversa foi uma troca de farpas disfarçada, e Putin, em sua fina diplomacia eslava, decidiu encerrar o diálogo com fogo e estilhaços?

Trump, claro, dorme tranquilo em seus lençóis de cetim patriótico. Vai jurar, se perguntado, que falou sobre golfe, Putin disse que chove em Moscou, e o resto é culpa da imprensa comunista. Mas o sincronismo macabro dos eventos não deixa mentir: ou temos uma nova irmandade das trevas geopolíticas se formando, ou a diplomacia virou caso de polícia.

O mundo assiste, pasmo e impotente, a esse teatro de horrores. Enquanto uns contam mortos, outros contam votos. E Putin, com sua mão invisível e seus drones visíveis demais, mostra que pode conversar com qualquer um — desde que, depois, tenha a última palavra. Explosiva.

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