Fibromialgia
Quando a dor é forte precisamos resistir, nunca desistir
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Às vezes, o que mais dói nem é a dor no corpo.
É a dor de ter que justificar, explicar, me defender o tempo todo.
Conviver com fibromialgia é acordar cansada e dormir exausta, mesmo que muitas vezes eu não tenha “feito nada”. É viver numa guerra silenciosa onde o inimigo mora dentro de mim, mas ninguém vê.
A dor não aparece em exames.
A fadiga não tem cor, não grita, não sangra.
Então, para muitos, ela simplesmente… não existe.
E é aí que começa a segunda batalha: a de ser levada a sério.
Sinto que sou um disco riscado.
Me escuto dizendo as mesmas frases:
“Estou com dor.”
“É tão difícil sempre estar péssima.”
“Não é preguiça.”
“Não estou inventando.”
E cada vez que repito, me sinto mais invisível.
Como se minha dor fosse banal e como se eu estivesse inventando. Como se eu fosse só “dramática” demais.
A incompreensão cansa mais do que a doença.
As cobranças, os olhares de julgamento,
as piadas disfarçadas de “conselhos”
“Você precisa se esforçar mais.”
“É só pensar positivo.”
“Mas você nem parece estar doente.”
O mundo exige que eu finja estar bem para não incomodar, mas por dentro, estou lutando para seguir em frente,
equilibrando a dor física e a dor emocional de não ser compreendida.
E quando me calo… é porque cansei.
Cansei de parecer repetitiva.
Cansei de me sentir um fardo.
Mas me calar não significa que a dor passou.
Só significa que estou tentando sobreviver em silêncio.
Conviver com fibromialgia é aprender a ser forte quando tudo em mim grita para desistir.
É lutar todos os dias contra o invisível e ainda ter que provar que essa guerra é real.
