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Uma mocinha

Quando a mamãe babona se derrete em lágrimas vendo a filha crescer rapididinho

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@donairene13 - Foto Acervo Pessoal

Ontem minha filha Maria Luiza completou um ano e dez meses. Daqui dois meses, ela deixará de ser, tecnicamente, um bebê. Vai virar oficialmente uma criança. E eu? Eu não sei se comemoro ou se choro.

Durante os primeiros meses e até bem recentemente, entre uma virose e outra, febres misteriosas, noites mal dormidas, tosses que pareciam não ter fim e aquele terror chamado “vômito no meio da madrugada”, eu desejei esse momento com afinco. Contava os meses esperando pelo dia em que as doenças passariam, a comunicação melhoraria, e a rotina seria um pouco menos caótica. “Quando ela tiver quase dois anos vai estar bem melhor”, eu dizia para mim mesma, como quem segura firme na borda da piscina tentando não se afogar.

Mais agora que esse momento está quase aqui, sinto um aperto no peito que não sei explicar. Uma mistura de alívio com melancolia, de alegria com uma pontinha de luto. Acho que ser mãe é isso: uma sucessão de pequenos lutos. A cada fase que passa, algo se perde. Mesmo que algo novo e lindo esteja chegando. É como assistir ao pôr do som mais bonito do mundo sabendo que logo ele vai acabar.

É maravilhoso ver Maria Luiza crescer, aprender palavras novas, demonstrar vontades, cantar músicas e chamar pelo nome dos amigos. Mas, ao mesmo tempo, me dói saber que ela está, pouco a pouco, deixando de ser aquele bebê que cabia inteiro nos meus braços, que dormia com a cabecinha no meu peito como se o mundo lá fora nem existisse.

Ser mãe é isso: estar sempre com saudade de um filho que ainda está aqui. É olhar pro hoje com ternura, mas já com saudade. Porque, no fundo, eu sei que daqui um ano vou me lembrar do dia de hoje e desejar voltar.

Provavelmente direi com o coração apertado: “ela era tão pequena”.

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