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Raquel cria time de cabos eleitorais para 2026 com candidatos derrotados

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Autor/Imagem:
Geraldo Seabra - Foto de Arquivo

Seguindo uma prática comum à política de Pernambuco, que consiste em dar abrigo sob a proteção do guarda-chuva financeiro do Estado a aliados que perderam eleições e ficaram desempregados, a governadora Raquel Lyra (PSD) vem montando um time de cabos eleitorais para ajudá-la em seu projeto de reeleição, no próximo ano. São ex-prefeitos e ex-vereadores que não conseguiram eleger-se no pleito municipal de 2024 que pagos pelo eleitor pernambucano vão preenchendo cargos de assessoria na Casa Civil do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual.

Esses cargos recebem o nome de Função Gratificada de Direção e Assessoramento – 2 (FDA-2), que no governo de Pernambuco corresponde a um salário de R$ 4.518,20, mas que podem chegar a R$ 9.223,55, nos casos de assessoria especial, segundo o Portal da Legislação Estadual. Esses cargos não exigem concurso público, são ocupados por pessoas de confiança do gestor e podem ser criados ou extintos “conforme as necessidades da administração pública”. Desde o final de janeiro, a governadora já preencheu mais de 50 desses cargos de assessoria na Casa Civil.

Esse “trem da alegria” começou sua viagem ainda no final de janeiro, quando muitos ex-prefeitos e ex-vereadores deixaram de receber seus salários nas Prefeituras ou nas Câmaras de Vereadores onde exerciam seus cargos. Assim, no dia 28 de janeiro, 22 ex-prefeitos de diversas regiões do Estado foram nomeados assessores de uma única vez. No dia seguinte, a Casa Civil recebeu em seus quadros outros 15 aliados da governadora Raquel Lyra que ficaram desempregados. Em cada estação que para, sobem no trem outra leva de políticos que não se deram bem com as urnas em 2024.

“Eles contribuem com a sua experiência, fazendo um trabalho de aproximação do Governo com a população. Todos eles têm experiência na administração pública e podem contribuir com o povo de Pernambuco”, justificou a vice-governadora Priscila Krause (PSDB), que por ocasião do recesso de Raquel Lyra ficou com a tarefa de assinar as nomeações dos aliados. “Eu cumpri tudo o que ficou arrumado pela governadora, nada saiu do planejamento dela”, acrescentou Priscila.

Entre os derrotados na última eleição está o ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Keko do Armazém (PP), que perdeu a eleição para seu ex-aliado e também ex-prefeito Lula Cabral (Solidariedade), atual prefeito da cidade. Keko do Armazém entrou para a Casa Civil na última leva, que contou 13 nomeações, em março, como Clayton da Silva Marques, seu nome de batismo, para exercer o cargo de assessor especial de Relações Institucionais (símbolo DAS-2), salário de R$ 4.518,20.

Para fazer o trabalho de “aproximação do Governo com a população”, nas palavras da vice-governadora Priscila Krause, o time de cabos eleitorais que está sendo montado para trabalhar pela permanência da governadora Raquel Lyra no Palácio do Campo das Princesas depois de 2026 é bastante eclético, reunindo políticos que atuam tanto pela esquerda quanto pela direita, num leque que vai do PT do presidente Lula ao PL do ex-presidente Bolsonaro. Da mesma forma, são bem distribuídos regionalmente, com atuação em municípios que vão do litoral ao sertão.

São nomes como Gyan Karlos (PRD), ex-presidente da Câmara de Vereadores de Buenos Aires; Rodrigo Gomes (PL), que foi candidato a vereador para a Câmara do Recife; Anderson Lopes, candidato a prefeito de Itapetim pelo PSDB; Aluízio Camilo (PT), ex-vereador de Paulista; Neto Cavalcanti (PSDB) ex-vice-prefeito de Água Preta, e Tonhão (PP), candidato derrotado à Prefeitura de Água Preta; o ex-prefeito de Joaquim Nabuco, Marco Barreto; o ex-prefeito de Feira Nova, Danilson Gonzaga (PSD); o ex-vereador de Feira Nova, Bruno Chaves (PSDB), que foi candidato à Prefeitura do município; o ex-vereador do Recife pelo PSD, Professor Thiago; e o ex-vice-prefeito de Palmares, Luciano Júnior (PSDB).

Integram ainda assessoria especial da Casa Civil o ex-prefeito de Camocim de São Félix, José Geovane Bezerra(PSD); o ex-prefeito de Santa Maria do Cambucá, Nelson Lima; o ex-candidato a vereador de Goiana, Renato Sandre (Agir); e o ex-candidato a vereador de Taquaritinga do Norte, Galego de Tonho (PSDB), e o ex-vice-prefeito de Paranatama, Claudeilson Oliveira (PP).

Todo esse conjunto de assessores já trabalha para buscar os votos que Raquel Lyra vai precisar para enfrentar a candidatura do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que com alguns corpos de vantagem segundo as pesquisas eleitorais se prepara para tomar para a família a cadeira que já pertenceu ao seu pai, Eduardo Campos, e ao seu bisavô, Miguel Arraes, ambos também do PSB.

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