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Livro de Said

Recife ganha corpo com sua carne e seus ossos

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Autor/Imagem:
Malu Oliveira - Foto Divulgação

A cultura nordestina – e em particular a de Pernambuco – está em festa nesta sexta, 1º de março. É que a obra Recife em Carne e Osso, antes virtual, ganha literalmente corpo físico com capa e páginas. Motivos para comemorar não faltam. É o que se conclui em conversa com o escritor Rennat Said.

“Eu amo a rua e fico triste quando vejo o Recife sem os sebistas, sem seus poetas, seus loucos e artistas, suas figuras ilustres e desconhecidas, gente que faz a cidade ser uma festa e não cobra nada por isso”, afirma.

O livro, escrito ao longo de 10 anos, é uma verdadeira odisseia de encontros e desencontros. “Às vezes, quando eu pensava que estava pronto, eu sentia que faltava alguém, um personagem escondido em algum ponto da minha mente. E lá ia eu, conversando com meus neurônios, em busca do complemento”, enfatiza Rennat Said.

As páginas de Recife em Carne e Osso são vistas como uma geografia verdadeiramente humana da cidade, com uma galeria de personagens importantes demais para a cultura urbana com seus uivos e sinais. Porque são eles que fazem a rua valer a pena.

Recife em Carne e Osso, pontua o autor, “é antes de mais nada uma biografia das ruas através das histórias de vinte personagens marcantes do Centro da Cidade e adjacências.”

O livro também pode ser nomeado como uma espécie de literatura das emergências, uma vez que suas personagens estão desaparecendo fisicamente. Nesse sentido este registro resgata a importância de falar (ou literalmente escrever) sobre a cidade enquanto espetáculo, enquanto festa, enquanto encontro, mas sobretudo falar das ruas sob a perspectiva do imaginário coletivo.

É dentro dessa ótica que se inscrevem todas essas pessoas que foram selecionadas para o livro, mesmo sabendo que poderíamos elencar muitas outras. Nas páginas do livro depara-se com pessoas marcantes que construíram e continuam construindo a história de Recife através de seus uivos e sinais, todos ao seu modo, sem estar um ao lado do outro, falando sobre coisas diferentes, em momentos diferentes, porém edificando o mesmo mosaico cultural e costurando a túnica inconsútil da cultura urbana.

O próximo passo, revela Said, será apresentar uma versão feminina do livro, tendo em vista só terem sido abordados na atual versão personagens masculinos. Com certeza, avaliam os críticos, o sucesso será repetido.

Anote na agenda: 1º de março, na esquina da rua da Saudade com a Riachuelo. A tarde-noite de autógrafos começa às 17h.

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