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Vai ou racha

Renato provoca Jesus. O Grêmio é mesmo melhor?

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Sergio du Bocage

Em abril de 2018, logo após o término do Campeonato Gaúcho, Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, disse não ao Flamengo. Em novembro, ele novamente recusou o Rubro-Negro. O galo ainda não cantou, ele não negou uma terceira vez, mas as últimas declarações de Renato dão a quase certeza de que ele se arrependeu dessas negativas.

Como não lembrar de Pedro, no Novo Testamento, renegando Jesus por três vezes? Não se sabe se por medo de ser condenado ou se por não conhecê-lo de verdade. A pergunta é: Renato recusou o Flamengo pelo conforto de seguir no Grêmio ou por não acreditar num novo projeto de vida?

E o que Jesus tem a ver com isso? Jorge Jesus, pra ficar bem claro! Tem que Jesus, o Mister, está no cargo que o próprio Renato já disse cobiçar. E fazendo sucesso, multiplicando vitórias e arrastando multidões. A ponto de torcedores rivais lavarem as mãos e dizerem que o Flamengo já é o campeão brasileiro. Será que está surgindo um ciúme?

É claro que tudo é prematuro, e humildade acima de tudo se faz necessário para não ser motivo de chacota no fim do Brasileirão. Mas só o boca-a-boca já incomoda, mesmo que os comentários não venham do Flamengo. Renato – e a diretoria do Grêmio – busca no discurso de Jesus alguma falha para denunciá-lo. Provoca, diz que o técnico do Flamengo ganhou pouco, apesar de ter mais idade.

Renato Gaúcho é um profissional que merece respeito pelo que fez como jogador e como técnico. Tem trabalhos elogiáveis, que já o levaram, até, a ser cogitado para a seleção. Mas ele não é deus e nada impede que haja uma outra liderança de destaque no futebol brasileiro. E se ela já foi de Felipão, de Mano Menezes e de Sampaoli, neste momento os holofotes estão em cima de Jorge Jesus.

O português ganhou três títulos nacionais com o Benfica, foi vice-campeão da Liga Europa e é o único técnico a conquistar a tríplice coroa portuguesa – Taça de Portugal, Taça da Liga e Primeira Liga. É recordista em várias estatísticas em Portugal, onde fez carreira, como Renato está fazendo no Brasil.

No futebol, o técnico está sempre entre a cruz e a espada; vai do céu ao inferno em questão de segundos. Da glória à crucificação! Renato é mais jovem. Jesus, de mais idade, já passou por essas fases. Talvez por isso esteja tão calado.

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