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Cão solidário

‘Resistência’ vira sinônimo de gratidão e respeito

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Reprodução

Foram 580 dias de vigília diante da sede da Polícia Federal em Curitiba, uma verdadeira prova de resistência. Enquanto o preso político Luiz Inácio Lula da Silva cumpria sua pena imposta por um emaranhado de artimanhas maquiavelicamente arquitetadas pela tal República de Curitiba, milhares de pessoas dividiam espaço com uma personagem no mínimo curiosa: uma vira-lata de pelos arrepiados e olhos tão meigos e visionários.

Resistência! Foi justamente esse o nome que a Janja escolheu para a tal simpática cadelinha. Não demorou muito, a então namorada do Lula a abrigou em seu lar, onde também já vivia outra vira-lata, a doce Paris.

Resistência de milhões de brasileiros maltratados, humilhados, vítimas de um governo que flertou com o fascismo durante quatro cruéis anos. Aos sobreviventes, ares de esperança começaram a soprar na noite do dia 30 de outubro com a confirmação do resultado das eleições presidenciais.

Resistência das pessoas em conceder espaço para os animais é algo tão comum no Brasil, já que a permanência deles em vários ambientes é terminantemente proibida. Além disso, não são raras as caras de nojo das pessoas quando olham um cachorro ou um gato em situação de rua. Essas criaturas de Deus são enxotadas até de igrejas, como no clássico “O Pagador de Promessas”, do saudoso Dias Gomes.

Gratidão! Palavra usada tantas vezes de maneira leviana, não poderia ser mais adequada quando se trata da fidelidade canina. E Lula, como um homem que sabe como poucos o valor dessa qualidade, soube demonstrar esse nobre sentimento pela Resistência.

Respeito pelos animais foi o motivo crucial para que alguns protocolos sejam deixados de lado durante a posse do presidente eleito democraticamente. Nada de fogos de artifício e os 21 tiros de canhão, que tantos traumas causam especialmente aos cães e gatos, que possuem ouvidos muito mais sensíveis que os nossos.

Há um antigo ditado que diz que “Deus fez o cão para que protegesse o homem enquanto caminhasse pelas trevas”. Por isso, nada mais justo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de passar pelo calvário em Curitiba, suba a rampa do Congresso Nacional acompanhado da sua amiga Resistência. Esse pequeno gesto do único homem eleito por três vezes para sentar na cadeira do maior posto do Poder Executivo brasileiro abre caminho para que outros cães também possam ser recebidos com amor e carinho em todos os ambientes no Brasil.

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