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Ferrou tudo

Rita subestima força do PT e mantém bolsonaristas na Caixa

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José Seabra - Foto Marcelo Camargo/ABr**

Cadillac, marca própria de automóvel, é sinônimo de luxo, conforto, segurança e ostentação. Hoje há muitos cadilaques de outras origens circulando em Brasília. Um deles, com o logotipo da Toyota, ainda leva no banco de trás a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano. Mas a gestora da CEF pode mudar literalmente de banco. No caso, para um de metrô, ônibus ou quem sabe táxi, Uber…

Explica-se: obrigada a relatar a quem está acima dela que critérios foram utilizados para manter bolsonaristas em cargos de comando na instituição, Rita respondeu que foi convidada para dirigir a CEF, não havendo da parte dela, portanto, nenhuma disposição de virar caçadora de bruxas.

Rita, assim, bateu o pé e manteve quatro VPs sob a sua guarda. A rebeldia, porém, durou pouco. Poucas horas depois das ‘explicações’, foram demitidos Edilson Carrogi Ribeiro Vianna e Thays Cintra. Apesar desses afastamentos, outros verdadeiros bolsonaristas-raíz seguiram em suas chefias.

São Mônica dos Santos Monteiro, vice-presidente de Logística, indicada para o cargo por Flávio Bolsonaro (PL); e Julio Cesar Volpp Sierra, vice-presidente da Rede de Varejo, que tem como padrinhos o governador de São Paulo Tarcísio Freitas (Republicanos), braço-direito do presidente fujão, e o filho 03, Eduardo, deputado pelo PL paulista.

Nesta quinta, 27, em evento para marcar seus 100 dias à frente da CEF, Rita Serrano desdenhou de supostas pressões e subestimou a força do PT, ao afagar as cabeças de Mônica e Júlio César, como uma mãe que acaricia o bebê no colo. Uma mãe, contudo, que tem um vocabulário supostamente vulgar, com palavras do tipo ‘ferrado’, como está Júlio, que terá, diz Rita, mais trabalho pela frente.

Esse gesto de abraçar remanescentes da gestão de Pedro Guimarães – demitido sob acusação de assédio moral -, só fez complicar a situação da presidente. Eram quatro alvos, dois foram embora, ficaram dois, certo? É assim que ensina a matemática. Mas, para Rita, o cálculo deu errado. E dois novos nomes foram incorporados à lista – Manoel Henrique Amorim, diretor financeiro da Caixa Capitalização, e Rafael Pesce, representante da Caixa na diretoria da Cartão Elo. Os dois foram para a CEF a convite do próprio Pedro, O Assediador.

A festa dos 100 dias promovida por Rita teve o slogan Um Novo Brasil, Uma Nova Caixa. Pegou mal para quem foi alvo das fake news de Bolsonaro e seus seguidores. Ninguém entende como fazer ‘Uma Nova Caixa’, com as mesmas cores chamuscadas.

Petistas consultados por Notibras garantem que o jogo vai virar. O recado é curto e grosso: Rita usa mão de ferro, incorporando o espírito de Margareth Tatcher, ou corre o risco de entrar na fila de usuários de transporte público. Mesmo porque, convenhamos, cadilaque com bandeira do Brasil, só o de Lula.

**Matéria alterada à 01h26 para correção

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