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Rollemberg nada de braçada e Agnelo se afoga no debate da Veja

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Um Arruda ausente, um Rollemberg arrojado, um Toninho atacando, um Agnelo apagado e um Pitiman abandonado. Essa a síntese do que aconteceu na noite desta segunda-feira 8, no debate promovido pela Vejinha (a versão brasiliense da Revista Veja, que circula semanalmente em Brasília).

Melhor para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), um carioca da gema que não surfou nas águas de Copacabana mas que nadou de braçada no debate que reuniu candidatos ao Palácio do Buriti.

Rodrigo veio para Brasília ainda muito cedo, com um ano de idade. E o que que não praticou na infância do Rio 40º, faz agora na política.

Enquanto o PT de Agnelo Queiroz se desmantela em denúncias de corrupção, o candidato socialista aproveita a ascensão popular de Marina Silva, candidata à cadeira da presidente Dilma Rousseff numa aliança encabeçada pelo PSB-Rede e vislumbra nessa onda seu lugar no pódio. Com dois fatores importantes ao seu lado. Carisma e capacidade de fazer.

No debate, acompanhado por um seleto grupo de convidados, viu-se um desesperado Agnelo tentando afundar Rollemberg em acusações. Em outras palavras, a estratégia falha de uma corruPTela, como assinalou o Clube Militar em nota divulgada há dois dias, de atacar uma imagem cristalina para tentar atingir a figura de um candidato exemplar com a lama que invadiu a política da capital da República.

A saída encontrada pelos assessores do representante petista para tentar estancar a subida do candidato socialista foi um tiro no pé. O desespero se vestiu do quanto pior melhor. Agnelo saiu sem fôlego do debate. E o cenário que se desenha é o da total ausência no segundo turno do governador que tenta. stá claro que se Arruda escapar das garras da Justiça, uma vaga é dele. A outra, pelo que se viu no evento da Vejinha, é de Rollemberg.

Praticamente polarizado entre a dupla, o debate não teve (quase) nada de diferente de edições anteriores. De um lado, Rollemberg via em Agnelo, seu inimigo número 1, um espelho do que se vê nas pesquisas. Na rabeira das três primeiras candidaturas, ficaram Toninho do PSol e Luiz Pitiman (PSDB) se enfrentando e encenando os momentos mais engraçados da noite.

Despontando em primeiro nos estudos de opinião pública, José Roberto Arruda (PR) desistiu de participar da discussão. Só comunicou o recuo à tarde, poucas horas antes do encontro. Uma das justificativas, segundo a mediadora do debate Lilian Tahan, seria matéria publicada na Veja Brasília sobre Flávia Furacão, esposa do ex-govermador.

Entre as trocas de farpas, Rollemberg, sempre sereno,  relembrou onde era o lugar de Agnelo, quando o hoje governador detinha um mandato de deputado federal.

“Era do baixo clero”, disse o candidato do PSB. Para quem não sabe, baixo clero é o termo empregado para definir parlamentares de pequena ou até mesmo nenhuma expressão política na no Congresso Nacional. Para resumir, um ímpio, no dizer do alto clero papal.

O petista, por sua vez, voltou a dizer que Rollemberg se tornou servidor do Senado Federal entrando pela janela, ou seja, sem concurso público. No último debate, Agnelo usou essa mesma tática. Mas o senador, sentindo a fragilidade do oponente, foi irônico. E deixou o governador ainda mais desequilibrado, quando respondeu resumidamente em uma frase. “O fracasso subiu à sua (de Agnelo) cabeça”.

Se pesquisa eleitoral fosse prancha, certamente Agnelo Queiroz estaria se afogando. Amargando quase 60% de rejeição, o petista precisa minar a campanha de Rollemberg para não morrer em águas de cachoeira, já que Brasília não tem mar. E é isso que ele tenta fazer. Para tanto, a turma do bem dele, virou do mal. E os capetinhas pululam por aí querendo queimar muita gente no próprio inferno.

Mas o ponto alto da noite veio nas perguntas dos jornalistas do grupo Abril, que edita a Veja. Agnelo foi questionado sobre a criação de perfis falsos nas redes sociais para atacar seus adversários. Uma referência ao serviço sujo executado via contratação de agência de publicidade que atende ao Palácio do Buriti. O governador derrapou na resposta, embora tenha rebatido as acusações, dizendo ser contra esse tipo de jogo.

Contudo, uma resposta pífia, avaliaram observadores políticos presentes ao debate. Tanto, que Agnelo nada fez no sentido de evitar que os fakes continuassem a agir por mais tempo. E o jogo (baixo) dele se manifestou em uma série de ameaças de morte à mulher que, envergonhada e arrependida de ter recebido dinheiro para comandar o exército de perfis falsos, denunciou o caso publicamente.

Já Arruda, apesar de ausente, foi questionado sobre o valor pago aos advogados que respondem por sua defesa na Justiça. Foi dito que o valor não seria inferior a 3 milhões de reais. No entanto, em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, o candidato registrou apenas metade desse valor.

A pergunta foi irônica: “O senhor já pagou ou penhorou a nota fiscal?”. Um tipo de gozação, pois ausente o questionado, o questionamento ficou no ar.

O oba-oba pegou de raspão os candidatos Pitiman e Toninho. O representante do Psol viu o seu oponente do PSDB um pássaro migrante ao sabor dos ventos. E por isso, o eleitor não aposta nada na sua integridade política. Abatido em voo, como nas pesquisas, Pitiman não teve como reagir. Nem para lembrar que Toninho já foi petista.

Elton Santos*

Colaborou José Seabra

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