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Se há ‘mais médicos’, por que bebê Yasmim agoniza em maca?

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O programa Mais Médicos, que a presidente Dilma Rousseff apresenta à sociedade como um antídoto para acabar com os problemas de saúde no País, está longe de salvar vidas – ao menos daquelas pessoas mais distantes de Brasília, onde o povo depende de uma Graça Divina para vencer dificuldades.

A realidade é diferente da que o governo mostra. O problema reside não apenas na falta de médicos, como também, e principalmente, na total ausência de hospitais ou mesmo centro de saúde em condições mínimas de garantir a vida do cidadão, por mais carente que seja.

Um exemplo claro é o drama vivido pelos familiares do bebê Yasmim Gabrielle Rodrigues da Silva, de Boa Vista, Roraima.

Yasmim nasceu há três meses, com uma anomalia grave no coração, a estenose da valva aórtica – o que se chama popularmente de sopro – em Roraima. Internada, não pode submeter-se a cirurgia por falta de equipamentos e especialistas nos hospitais (públicos ou privados) do Estado.

Yasmim já teve pneumonia e uma parada cardíaca. Novas complicações podem debilitar ainda mais a criança, e ela não resistirá. O hospital onde ela está internada já enviou TFD (Pedido de transferência para atendimento fora do domicílio), aos hospitais que são referência nesses casos, mas nenhum dispõe de vaga para receber a criança.

– Estamos desesperados, pedimos ajuda a vários pessoas, e até agora nada, dizem pais, tios, avós e amigos de Yasmim, enquanto aguardam um milagre nos corredores do Hospital da Criança Santo Antônio de Boa Vista.

A doença

O sopro cardíaco é um ruído produzido pela passagem do fluxo de sangue através das estruturas do coração. Ele pode ser funcional ou fisiológico (sopro inocente), ou patológico em decorrência de defeitos no coração. Cerca de 40%, 50% das crianças saudáveis apresentam sopros inocentes sem nenhuma outra alteração e com desenvolvimento físico absolutamente normal.

Nos adultos, predominam os sopros que aparecem como complicações de cardiopatias provocadas pela febre reumática ocorrida na infância, doença que também pode afetar o sistema nervoso central e o sistema osteoarticular.

Não existe explicação precisa para o aparecimento de sopros fisiológicos. No período neonatal, por exemplo, o sistema circulatório passa por modificações e o recém-nascido pode ter sopros na área pulmonar ou da valva tricúspide que desaparecem em alguns dias. Nas crianças em idade pré-escolar, às vezes, o ecocardiograma indica a presença de um falso tendão no ventrículo esquerdo.

Os sopros patológicos podem ser congênitos ou adquiridos e são provocados, por exemplo, por alterações nas valvas, ou seja, por pequenos orifícios no septo que separa o lado direito do lado esquerdo do coração, ou por comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar.

Outra causa de sopro no coração é a febre reumática provocada por reação imunológica do organismo contra antígenos ou componentes do estreptococo, uma bactéria que, em geral, infecta a garganta.

Doenças degenerativas, que raramente se manifestam na infância, estão entre as causas do sopro cardíaco. Um exemplo é a coartação da aorta e a alteração da estrutura da valva aórtica que provoca calcificação e estenose nessa válvula.

Veja o laudo médico.

Felipe Meirelles

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