Curta nossa página


Arma anti-Covid

Sem Mandetta e Teich, Bolsonaro usará cloroquina

Publicado

Autor/Imagem:
Ricardo Brito/Reuters - Bartô Granja, Edição

O Ministério da Saúde informou, na noite desta sexta-feira, 15, que está finalizando novas orientações para assistência de pacientes com Covid-19 visando “iniciar um tratamento antes do seu agravamento e necessidade de utilização de UTI”. Isso inclui a ampliação do uso da cloroquina.

O comunicado do foi feito horas após a demissão do ministro Nelson Teich. O comunicado não fala expressamente no uso da cloroquina, mas a assessoria de imprensa do ministério confirmou que as novas orientações de assistência incluem a droga para pacientes leves com a doença.

“Assim, o documento abrangerá o atendimento aos casos leves, sendo descritas as propostas de disponibilidade de medicamentos, equipamentos e estruturas, e profissionais capacitados”, diz o ministério no comunicado.

“As orientações buscam dar suporte aos profissionais de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) e acesso aos usuários mais vulneráveis às melhores práticas que estão sendo aplicadas no Brasil e no mundo”, finalizou a pasta, em nota.

Na quinta-feira, 14, antes da demissão de Teich, o presidente Jair Bolsonaro havia dito em uma transmissão por redes sociais que o governo mudaria o protocolo para prescrição massiva da cloroquina para quem contraiu a doença.

Essa mudança no protocolo de uso do medicamento, nos bastidores, é tida como uma das razões para a saída de Teich em menos de um mês no cargo e no momento em que tem havido um expressivo aumento do número de casos e mortes pelo novo coronavírus no país.

Dias atrás, em uma postagem em uma rede social, Teich havia dito que a cloroquina é prescrita para pacientes hospitalizados e outros casos excepcionais e fez um alerta de que o medicamento pode causar eleitos colaterais.

“Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o ‘Termo de Consentimento’ antes de iniciar o uso da cloroquina”, ressalvou.

Apesar da insistência do presidente com a cloroquina, estudos realizados no país e no mundo afora não comprovaram a eficácia da medicação em pacientes com Covid-19. O antecessor de Teich, Luiz Henrique Mandetta, também questionou o eventual uso mais massivo da cloroquina na doença.

O general Eduardo Pazuello, até então número 2 do ministério e agora ministro interino, foi avisado que um dos seus primeiros atos será aprovar o novo protocolo que libera o uso da cloroquina. A medida é uma determinação de Bolsonaro. Atualmente, a orientação é para profissionais do sistema público de saúde prescrever a substância apenas em casos mais graves.

O protocolo avalizado por Pazuello deverá ser baseado na resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). Em abril, a entidade liberou a aplicação da substância em pacientes com sintomas leves, mas ressaltou que a decisão foi tomada “sem seguir a ciência”, apenas para encerrar uma discussão que vinha se arrastado no governo.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.