Curta nossa página


Vai ou racha

Sem-terra quer mobilização pela reforma agrária

Publicado

Autor/Imagem:
Pedro Stropasolas - Via Diálogos do Sul

A pandemia da covid-19 é “a expressão mais trágica” da crise civilizatória que vivemos dentro do capitalismo. A eclosão de novos vírus, antes desconhecidos, é parte do desequilíbrio ambiental provocado por um modelo agrícola fracassado de produção de commodities.

A análise de João Pedro Stedile, economista e membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), demonstra a falência do modelo hegemônica neoliberal que orienta a sociedade.

Em meio à falta de alternativas para manter uma relação equilibrada entre os seres humanos e a natureza, assentar famílias, garantir condições de vida digna para o trabalhador e a trabalhadora rural e abastecer de alimentos os bairros pobres por todo o país vêm sendo a principal luta dos sem-terra.

Na sexta-feira (5), o movimento lançou um plano “em defesa da vida do povo brasileiro”, com medidas emergenciais para a construção do que o MST define como Reforma Agrária Popular, apontada como a principal alternativa para superar os efeitos da crise social e econômica, além de resolver problemas de emprego, renda e falta de alimentos para a população.

“Apesar do governo federal, nós queremos trazer para a sociedade brasileira uma reflexão no sentido de que se nos mobilizarmos alguns recursos na área da agricultura e da reforma agrária, nós conseguimos enfrentar de maneira melhor esses problemas”, afirma Stedile.

Neta semana, Stedile comentou as medidas que permearam a formulação da proposta. Ele também analisou como a pandemia vem evidenciando as desigualdades históricas existentes no país e como a saída de Jair Bolsonaro do poder é fundamental para o cenário pós-pandemia.

“Nós achamos que, para enfrentarmos essas crises tão graves, a primeira porta de saída é trocarmos de governo. O ‘Fora, Bolsonaro’ é mais do que uma palavra de ordem, é uma necessidade de sobrevivência do povo brasileiro”, opinou.

Para a liderança do MST, que avalia que a hegemonia neoliberal retirou dos livros e das universidades o debate sobre a Reforma Agrária, a partir da década de 1990, vivemos um momento histórico, e a reestruturação da economia e da sociedade brasileira só virá com “vontade política” e organização popular no caminho de um novo projeto de país.

“A sociedade brasileira não é racista, não é xenófoba, e não quer se armar. A sociedade brasileira quer viver em paz. A sociedade brasileira precisa de trabalho, escola, educação e renda”, afirma.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.