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Idioma universal

Sorrir ainda é o melhor remédio contra todos os males da vida

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

Expirações espasmódicas, parcialmente involuntárias, com vocalização inarticulada, eis um dos prazeres humanos. Se acalmem, meus patriotas e compatriotas, pois o Brasil é de todos nós. Ainda que rebuscadamente, falo do riso, a menor distância entre duas pessoas. Não sei de onde tiraram essa blasfêmia, mas é a definição dos dicionários médicos.

Taquilpa…Temos de nos acostumar com esse tipo de alucinação do homem. Como desconheço, sou obrigado a concordar com os doutores. Segundo eles, o riso é uma arma poderosa para combater cansaço e depressão. Rir cura asma e dor de cabeça, é bom para a pele, pulmões e estômago.

Parece que mostrar os dentes não é o medicamento mais indicado para o fígado de bebum. Pode ser que não sesse, mas está provado que expirar espasmódicamente também serve para desopilar o órgão localizado abaixo do diafragma e acima do estômago, rim direito e intestinos. Diante de minha imbecilidade orgânica e anatômica, o que posso dizer é que o figueiredo fica na zona central do corpo.

Talvez não seja uma região nobre por conta dos intestinos, principalmente o grosso. Tudo besteira, já que o objetivo é gargalhar. Afinal, voltando à medicina, rir é o melhor remédio.

Como sempre faço, fui pesquisar e descobri que o trem tem até ciência. No livro “A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais”, escrito em 1872, Charles Darwin afirmou que o riso é próprio do ser humano, mas não é só dele. Entre os animais, os chimpanzés expressam contentamento agitando os braços e mostrando os dentes. São, portanto, os que se aproximam de nós.

Gostei mesmo quando um especialista disse que o sorriso tem 18 tipos distintos, com destaque para o espontâneo, sarcástico, submisso, formal, amarelo, forçado, afetado e sedutor. Em qual você se encaixa?

O meu é fácil de ser identificado, pois naturalmente é convidativo a gargalhadas grupais. Sou secundariamente sério. Compartilho linguagens labiais, mas não admito rir na hora do rala e rola. Nada contra. O problema é que, se achar engraçado, jamais volto ao tamanho normal.

Não sei se me entendem, mas, nesse caso, a gargalhada ficará por conta da embasbacada inteligência receptora. Deus me livre de uma situação dessa. É como ganhar uma cueca samba canção dois números acima para enjaular o passarinho de bico mole. Melhor parar para não esculhambar.

Gosto mesmo de rir em conjunto e nunca de rir por último, o que significa rir atrasado. Bom é rir até doer a barriga. É o momento em que ficamos livres das tensões musculares. Que maravilha! Não quis aprender sobre a raiz quadrada de 9. Entretanto, li e registrei que o riso movimenta 12 músculos da face. Esses números dobram se for gargalhada. Se ela (a gargalhada) for intercalada por palavras, o número de músculos em movimento sobe para 84. E quantos músculos a face tem? Sei lá. Isto a Globo não mostrou.

Hiperbólicamente, estou morrendo de rir só de imaginar a quantidade de músculos movimentados durante uma boa obrada.

De tudo que é bom no sorriso, ruim é ser obrigado a passar mensagens por meio da ondulação labial para histórias tristes e piadas mal contadas. É o tal do sorriso forçado, que, na prática, não passa de um grito interno, de um amor inventado. Este não faz doer a barriga. Pelo contrário. Lembra o sorriso falso daquele suposto mito, o cidadão que, apesar de grosseiro e mandão por fora, deve estar morto por dentro. Azar o dele.

De minha parte, estou certo de que um sorriso sincero aquece a alma e abre a fechadura de todos os corações. Didaticamente, o sorriso é o idioma que todos entendem, é a melhor roupa que alguém pode usar, é a curva mais bonita do corpo humano. Sorria, a vida é bela. Espalhe sorrisos. Simplesmente sorria.

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