Pires na mão
Taxar super-rico não é radicalizar, é fatiar e distribuir o Bolo Brasil
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A tentativa de taxar os super-ricos tem gerado uma reação previsível: os que concentram a maior parte da riqueza do país se organizam em peso para barrar qualquer medida que mexa em seus privilégios. Não basta terem fortunas incalculáveis, eles querem seguir intocados, enquanto a maioria do povo lida com cortes, impostos e a precarização da vida cotidiana.
O que choca, mas não surpreende, é a postura de grande parte da mídia tradicional, que age como porta-voz dessa elite. Em vez de informar com responsabilidade, muitos veículos optam por reforçar a narrativa de que a taxação dos bilionários é algo “radical”, “arriscado” ou “desnecessário”, como se o simples ato de fazer os mais ricos contribuírem com o mínimo justo para a sociedade fosse uma afronta aos queridinhos mimados.
Essa postura midiática não é ingênua. Ela atende a interesses de quem financia, pauta e lucra com a manutenção da desigualdade social. O discurso da “moderação” e do “equilíbrio fiscal” é usado como escudo para esconder o verdadeiro problema: o medo das elites de perderem o controle absoluto sobre a política econômica e sobre as instituições do país.
Enquanto isso, tentam calar a voz do povo nas redes sociais. Ativistas e movimentos que levantam a bandeira da justiça fiscal são ridicularizados ou tratados como “radicais”. Nas redes, a militância sofre com perseguições e acusações de “exagero”, tudo para desmobilizar e enfraquecer quem ousa tocar onde dói: no bolso dos bilionários.
A verdade é simples: o Brasil precisa, sim, de uma reforma tributária justa, e isso passa pela taxação dos super-ricos. Não é aceitável que quem vive de salário mínimo pague proporcionalmente mais impostos que quem lucra com ações e heranças milionárias. Não é aceitável que a grande mídia trate isso como uma ameaça ao “crescimento”, quando, na realidade, é um passo essencial para combater a miséria e redistribuir a riqueza no país.
A elite já tem seus porta-vozes. Cabe ao povo se manifestar. Não nos calaremos diante das chantagens e da manipulação midiática. Porque justiça social não se negocia, se conquista com organização, pressão e consciência de classe.
