Segurando as pontas
Temendo derrocada global, Lula se balança entre Trump e o Brics
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.O fim do mundo (em termos de economia) está próximo. E entre os problemões que ficam para depois, continuam as difíceis movimentações do país num mundo tarifado por Trump. Enquanto a cautela com o gigante do norte permanece, o Brasil vai buscando uma saída de emergência em direção aos Brics.
Lula deve visitar a Rússia e China em maio, tema que perpassou inclusive o encontro dos chefes de Estado do Chile e Brasil, com a ousada proposta da Rota Bioceânica de Capricórnio, um projeto que tenta abrir uma ligação entre o Atlântico e o Pacífico.
Apesar dos cuidados tanto na aproximação com o núcleo dos Brics quanto na relação com os Estados Unidos, os sinais de emergência estão ligados. Afinal, como todo mundo previa, a política agressiva de Trump vai levar o mundo para uma inflação global, como até o insuspeito FMI reconhece. Com exceção de China e Índia, o PIB de nenhum país deve crescer acima de 2%.
É o caso do Brasil, cuja expectativa foi rebaixada de 3,4% para 2,0%. Além disso, o Fundo Monetário já prevê que a dívida brasileira deve alcançar 100% do PIB em quatro anos. Se não pior, já que o aprendiz de Campos Neto, Gabriel Galípolo, só enxerga o crescimento da taxa Selic como saída para qualquer situação.
Como as medidas de Trump também devem impulsionar a valorização do dólar, o brasileiro vai continuar pagando mais pela comida no prato, segundo o próprio Galípolo.
Curiosamente, quem está otimista é o mercado financeiro, que previu uma pequena redução da inflação, mas ainda acima da meta, e até crescimento do PIB. Porém, com o histórico de erros do boletim Focus e seu uso para especulação, o mais provável é que, mais uma vez, a Faria Lima esteja errada.
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O boletim Ponto é escrito por Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique StédileLauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile para o MST.