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Carta de Bolsonaro

Temer repete Dora com Josué e mostra um porto seguro

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Autor/Imagem:
João Zisman - Foto de Arquivo

Central do Brasil talvez tenha sido o filme mais importante do cinema nacional. Através dessa obra o mundo conheceu a elegância e a competência de Fernanda Montenegro, que inclusive, foi a primeira mulher, que interpretando sua personagem em língua portuguesa, recebeu a indicação ao Oscar de melhor atriz.

No filme, Dora (Montenegro) é uma mulher que ganha a vida na Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, escrevendo cartas para analfabetos que não tinham como se comunicar com seus parentes e amigos deixados Brasil afora. Por vezes, Dora fazia as vezes de psicoterapeuta de pessoas que sequer sabiam verbalizar a dimensão de seus problemas e suas saudades.

Por mais que tenha tentado se manter distante das questões de seus “pacientes”, Dora acaba comovida com o pequeno Josué, que se vê órfão de mãe num trágico atropelamento, minutos após a vítima ter contratado Dora para escrever uma carta ao pai do garoto. O filme é excepcional sob todos os aspectos, e vale à pena assistir várias vezes.

Mas o que mais me fez lembrar de Central do Brasil, foram as semelhanças com os episódios do último dia 9. Nesse recente e histórico dia, mais uma vez uma boa e velha carta teve um caráter salvador. O Josué da vez foi o presidente Bolsonaro, que tal qual o personagem do filme, era uma criança que se encontrava perdida no meio de gente muito estranha e sem saber para onde ir.

Graças a Deus, sua Dora salvadora atende pelo nome de Michel Temer. Assim como Dora fez com Josué, Temer deixou Bolsonaro num porto seguro. Resta saber se ele vai se perder novamente.

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