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Medo do Big One

Terremotos em série deixam os americanos em alerta

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

Os americanos estão em estado de alerta máximo. Motivos de preocupação, existem. É o temido Big One, previso por cientistas. Trata-se de um terremoto devastador. E, se acontecer, as consequências serão inimagináveis. A apreensão aumentou nos últimos dias, após a Califórnia ser atingida por uma série de terremotos. O último foi na madrugada deste sábado, 6 – horário de Brasília. A magnitude foi de 7,1. Foi o segundo acima de 6 graus dessa semana, e o mais forte em 20 anos a atingir região, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. Várias pessoas ficaram feridas, de acordo com a CNN.

O sismo ocorreu às 20h33 no horário local (0h33 deste sábado, no Brasil) e o epicentro foi registrado a 17 km de Ridgecrest, localidade de 30 mil habitantes, a 250 km de Los Angeles. O tremor foi sentido em Los Angeles, Phoenix, Las Vegas e Reno. O terremoto provocou deslizamentos de terra, rachaduras em fundações e destruiu muros. Canalizações de água e esgoto também foram rompidas. Após o tremor, ainda foram registrados incêndios provocados por vazamentos de gás, de a cordo com o Corpo de Bombeiros do condado de San Bernardino.

Cerca de 3.000 moradores em Ridgecrest e nas áreas vizinhas estão sem energia, gás e sem sistema de comunicação. Famílias passaram a noite fora de casa com medo de réplicas do tremor. No hospital regional de Ridgecrest, pacientes foram levados de cadeira de rodas para o lado de fora, onde enfermeiros davam prosseguimento aos atendimentos ao ar livre, de acordo com a CNN.

O discurso do ex-campeão do peso-meio-pesado, Rashad Evans, foi interrompido por causa do tremor na “Moderna” do Hall da Fama do UFC. Imagens divulgadas pela CNN mostram a reação de dois de seus âncoras que apresentavam um jornal no momento do tremor.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, declarou estado de emergência para o condado de San Bernardino. A mesma medida já havia sido tomada após o sismo de magnitude 6,4 que atingiu a cidade na quinta-feira (4).

Em Ridgecrest, há uma base militar da Marinha americana, a Naval Air Weapons Station China Lake, onde em um amplo espaço deserto são testados bombas e mísseis. O abalo provocou danos no complexo, como incêndios e vazamento de água e produtos perigosos.

O major-general David Baldwin, ajudante geral da Guarda Nacional da Califórnia, disse que uma força-tarefa conjunta, que incluirá 200 forças de segurança e aeronaves militares, será enviada para ajudar.

A Califórnia é o estado mais populoso dos Estados Unidos, com quase 40 milhões de habitantes, e fica na região conhecida como Anel de Fogo do Pacífico, onde terremotos e erupções vulcânicas são mais frequentes devido aos encontros das placas tectônicas.

Mais de 100 tremores atingiram o sul da Califórnia nos últimos dez dias. O tremor desta sexta é o mais forte a atingir o estado nos últimos 20 anos, e supera o abalo de magnitude 6,4 que atingiu a região na quinta, sem deixar vítimas.

Os dois tremores fazem ressurgir o fantasma do “The Big One” (O Grande), um mega-terremoto potencialmente devastador que pode atingir em algum momento o oeste americano.

A especialista Lucy Jones, do Instituto de Tecnologia da California (Caltech), esclareceu à Rádio França Internacional que os dois tremores se produziram “na mesma falha sísmica”, que é diferente da de San Andreas, suscetível de causar o gigantesco terremoto.

Porém, a especialista alertou sobre a “forte probabilidade” de mais réplicas fortes se repetirem nos próximos dias na região. Segundo Jones, há 10% de chances de um terremoto superior a 7 graus voltar a ocorrer durante a semana.

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