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Os gatões

Testosterona muda corpo mas não dá virilidade

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição

Nem sempre ter um corpo sarado com músculos à mostra, e uma voz bem postada de quem se diz um ‘verdadeiro garanhão’, significa virilidade no mundo masculino. Apesar dessas características, muitos homens buscam o ‘corpo perfeito’ e apelam para resultados rápidos e fáceis gerados por anabolizantes, produtos que os médicos repudiam. Nesse universo, aparece a testosterona, hormônio importante para a maturação dos ossos, crescimento muscular e desenvolvimento das funções sexuais.

Apesar de parecer vantajoso para quem deseja ter o físico dos sonhos e aumentar a libido, essa substância só pode ser injetada no corpo quando há alguma deficiência, como no caso de alguns cânceres, defeitos genéticos, traumas testiculares e retardo na hipófise (glândula que controla a atividade de outras glândulas). É o que explica Clayton Macedo, doutor em endocrinologia clínica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O médico coordena o projeto Bomba? Tô Fora, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), focado em combater o uso de anabolizantes, e é especialista em tratar complicações causadas por essas substâncias. De acordo com ele, a testosterona causa efeitos colaterais imprevisíveis e pode ser “potencialmente fatal”.

Um dos distúrbios que mais pode intensificar os danos é a dependência química que o hormônio propicia, já que a substância externa bloqueia a glândula de produção interna, causando cansaço e resultados contrários ao esperado, como a queda da libido e a impotência. Assim, o usuário passa a aplicar mais e mais na tentativa de resolver o problema.

Macedo alerta ainda que alimentação saudável e exercícios físicos trazem saúde hormonal, e não existe comprovação de que alimentos e ervas elevam o nível de testosterona, desmentindo a ideia de ‘fonte de juventude’ vendida pela indústria fitness. “Esse comércio é caça-níquel. Vende uma eterna fonte da juventude ou um produto milagroso sem comprovação científica”, critica.

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