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Crime eleitoral

Trapalhada eleitoreira com terras afunda mais Rollemberg

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque

O candidato em campanha à reeleição, governador Rodrigo Rollemberg (PSB), agora é candidato também a uma investigação sobre a visita que fez ao condomínio horizontal denominado Solar de Brasília. A chegada dele foi antecedida da promessa de assinatura de um decreto permitindo cercar a área – inclusive as guaritas nesse modelo de habitação coletiva.

O síndico anunciou o objetivo claramente por meio de e-mail aos condôminos. Uma faixa na entrada, que foi fotografada momentos antes de ser retirada pela tropa de choque do atual governante, auxiliava a entender o que Rollemberg faria ali na noite de segunda, 10.

Uma das características de suposto crime eleitoral: ele compareceu em caravana oficial, acompanhado do secretário de Habitação, Thiago Andrade, e do presidente da Terracap, Julio Cesar. Isso não pode.

A trupe do ato irregular, previsto como crime eleitoral, estava completa, mas o flagrante, além da divulgação pela internet e faixas, que seria o ato de assinatura do tal decreto, foi abortado em cima da hora.

O encontro passou a ser, então, apenas um ato de campanha, embora ele estivesse utilizando o comboio oficial. Revoltados, os moradores juraram alimentar ainda mais os índices de rejeição do atual ocupante do Buriti. Daqui para a frente, anunciaram, será com a Justiça.

Outra que não pode – Se problema pouco é bobagem, Rollemberg foi fazer graça com o dinheiro alheio e agora está bem enrolado depois de desapropriar um lote legal, regularizado e privado, denominado na nomenclatura do Iphan como RUV – Restaurante de Unidade de Vizinhança.

Essas áreas, previstas no plano urbanístico de Lúcio Costa, estão localizadas nas pontas das quadras 100 e 200, no Plano Piloto. Como exemplo, é onde funcionam estabelecimentos como o Carpe Diem (104), Xique-Xique (107) e Panificadora Bellini (113), todos na Asa Sul.

O lote em questão é o RUV da 207 Sul e o processo de desapropriação considerado irregular pelos órgãos de controle e Justiça, fere diversas etapas legais. Além de uma amarga sensação de insegurança jurídica fundiária deixada para os demais proprietários de RUVs.

A pergunta a ser feita ao governador é se ele vai desapropriar todas, ou apenas aquela vizinha da residência materna? E de onde virão os milhões necessários, sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal? A graça feita aos amigos de infância pode custar muito caro e sumariamente cancelada. E o real proprietário, afinal, resgatar seu direito de fazer render o alto investimento que fez de forma absolutamente regular.

Ao que parece, Rollemberg aposta na preservação da sombra e da água fresca, desprezando a geração de emprego e renda, embora essas quadras estejam repletas de árvores frondosas com mais de 50 anos, onde não existe mais o barrão onde ele jogava bola.

O desenvolvimento chegou, mas talvez ele não tenha percebido… só…

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