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Arbitragem de generais

UFC na Esplanada poderá deixar o ‘Mito’ nocauteado

Publicado

Autor/Imagem:
Ka Ferriche

Ninguém esperava que uma revolução pacífica, democrática, espartana, inédita, até confusa para os padrões brasileiros, tivesse como resultado a vitória de um outsider perseguido sistematicamente pela grande mídia que defende criminosos, sem pudor. Para boa parte dos eleitores que endossaram a mudança, pelo voto, o entendimento foi de que era o nome que existia para o momento. No popular é o “só tem tu, vai tu mesmo!”.

A maioria dos brasileiros, inconformada com a revelação das manobras hediondas dos partidos de esquerda, se deu conta de que eles não poderiam exercer mais o poder. Então o movimento que levou Bolsonaro ao Palácio do Planalto percebeu que estava enfrentando um inimigo sórdido e competente, cuja mácula é a mesma de qualquer grupo preparado para o assalto (só para usar uma nomenclatura militar), quer de uma coluna, de uma cidade ou de um país. A prepotência.

Boa parte dos 50 milhões de brasileiros, responsável pela credencial dada a Jair Bolsonaro, como instrumento para deter o avanço das tropas vermelhas aos cofres públicos, entendeu que a única alternativa era mesmo o outsider, o doidão. E era mesmo. Por meio de grupos engordados espontaneamente nas redes sociais, surgiram em progressão geométrica milhões de seguidores. Não foi nenhum filhinho querido ou um técnico de TI que fez isso. Foi a massa de pensantes.

Inconformados com a situação do avanço comunista, os brasileiros criaram adjetivos ao candidato, blindaram sua imagem, com o calculado objetivo de ultrapassar as impropriedades verbais do autor, posições extremistas de difícil defesa, atitudes que não têm graça nenhuma. Era necessário salvá-lo, preservá-lo, levá-lo ao poder a qualquer preço, como fizeram os apenados vermelhos com membros de sua gangue (e fazem) nas ruas e tribunais, doentiamente.

A partir daí Bolsonaro passou a carregar predicados – alguns inexistentes – que seus apoiadores resumiram em uma alcunha: Mito! Pronto, esse foi o slogan popular, de autor desconhecido, saída genial e estratégica para alguém que merece o reconhecimento de ter percebido o Brasil após 30 anos de Congresso. Na visão, observe, do Congresso. Seus méritos e sorte são indiscutíveis: percebeu a oportunidade, estava na hora certa no lugar certo, empolgou multidões. Entretanto, no momento em que um indivíduo introjeta muitas propriedades emprestadas e não adquiridas, na redoma do poder, o risco de errar o cálculo é imenso.

Exercer o comando de um país como o Brasil, para alguém que tem a missão de romper paradigmas muito além da sua imaginação, exige resignação à rotina doméstica. Especialmente porque o Brasil é assaltado desde que foi inventado. Então não é mais possível deitar na rede depois do churrasco na Barra da Tijuca. Não é possível só fazer a vontade da família e dos amigos. Muito menos descartar apoiadores de primeira hora que, doidões também, apostaram na aventura impossível para torná-la possível.

Uma saga com essa dimensão exige que colaboradores sejam preservados, não é assunto para ser resolvido publicamente, discutido em redes sociais. Essas divergências que alimentam o ego de adolescentes mal resolvidos só interessam ao inimigo. Lulinha passa a ser uma referência de adolescente bem resolvido, pode estar causando inveja, quem sabe.

Só existe essa explicação. Ao permitir a tentativa de destruição de biografias como a de Gustavo Bebianno e a do general Santos Cruz, o mito que dispensou treinadores para o UFC da Esplanada, acreditando no curso a distância da Virgínia, forneceu munição pesada para os vizinhos poderosos. Está apanhando, vai apanhar muito mais, vai perder o apoio de boa parte de seu eleitorado que depositou nele a esperança, ciente de que não era mito de nada, mas a única opção do momento. Apenas um simples candidato merecedor do voto dos inconformados.

O Brasil não é todo formado de habitantes da Baixada Fluminense. Muita gente que não mora na cidade do Rio de Janeiro, que, aliás, está abandonada pelos seus vereadores, acreditou que o oportunismo poderia representar um alento ao futuro destruído pelos esquerdopatas.

Tchutchuca anunciou um dia antes, em código no Twitter, a queda do general Santos Cruz. Comemorou, inclusive, como se o reconhecido herói fosse um moleque. Tudo que os comunistas precisavam para fazer a festa, sem ter que carregar as cadeiras.

Além de uma aparente psicopatia, falta de competência, deslumbramento, irresponsabilidade, até agora o eleito de Deus, segundo o evangelismo político dos mais desatentos, só está levando porrada no Legislativo e no Judiciário. Ninguém o respeita e os únicos respeitáveis são exatamente aqueles desmerecidos por ele e pelos palpiteiros domésticos e estrelas. Cadentes.

Por colocar em risco o projeto de recuperação nacional, o vereador tchutchuca agora poderá ser desconstruído. Os que sobrarem poderão afirmar: in God we trust. Not in astrology!

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