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Levitando

Use o beijo como uma verdadeira e forte armadilha

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Gustavo Lacombe

A gente sempre vive a expectativa de provar o beijo daquela pessoa. Daquela que nos faz olhar pro teto, desenhar momentos, ensaiar falas e toda a cena. No meu caso, o beijo esperado era o dela. E eu já tinha sentido o poder daquele abraço, o calor da respiração bem perto do meu rosto, toda a tensão dos nossos olhares declarando o tanto existente de querer.

Ainda assim, mesmo com tudo isso, não tínhamos nos dado o prazer de mergulhar um na boca do outro. Não tínhamos provado o bom de fechar os olhos e poder sentir a mistura de saliva e língua, mãos e vontade, ação e atração. E, então, é realmente uma coisa muito louca quando, finalmente, se tem aquele tão desejado momento.

É como se um sonho estivesse sendo realizado. Literalmente.

É como descobrir que se tem nas mãos uma das coisas que mais se quer. Não só no momento, mas pra vida. Pelo menos foi isso que atinei ao me dar conta de que estava ali com ela. Era e, mesmo que me acusem do clichê, é como continuo me sentindo por poder dá-la meus beijos, meu carinho, meu tempo. Acredito que faltam mais homens declarando viver esse clichê.

Foi uma delícia, admito. Toda a espera compensada naquela imensidão molhada. Beijo bom é assim: quase uma armadilha. Sabia que eu não me decepcionaria. Sabia também que, quando pudesse, me jogaria sem preocupação alguma com a profundidade. Do bem que ela me faz, eu quero mesmo é o afogamento.

Depois de encontrá-la, eu queria mesmo era perder, sempre que possível, o juízo e a linha. Temia que aquilo virasse um vício (virou). Os motivos eram simples, começando por ser ela – e isso já era o suficiente. Posso até tentar mostrar outros, mas é desnecessário. Eu era apaixonado antes daquela cena toda. Agora, era premiado com o beijo.

Um beijo quente. Daqueles que dava vontade de tirar a roupa e despir a alma.

Aquele nosso primeiro, então, era toda a vontade represada depois de tanto imaginá-lo. E eu já falei demais sobre isso aqui. Tornou-se vício certo. Não apenas pelo primeiro, mas por todos os outros beijos que logo vieram. Nossa melhor solução para as crises de abstinência de saudade.

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