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Uso de agrotóxico tem aumento de 120% na agricultura brasiliense

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A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou nesta sexta-feira (16), estudo que trata das dimensões e desafios da agricultura familiar no Distrito Federal. O levantamento foi feito a partir da análise de informações secundárias da própria Companhia e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

“Além de responder pelo provimento das nossas necessidades alimentares, a agricultura familiar está alicerçada na questão da subsistência e reprodução da própria família, daqueles que ocupam e trabalham naquela unidade. O que as difere, evidentemente, das demais unidades de produção não familiar é justamente o sentimento de pertencimento que o agricultor familiar tem em relação à terra”, explica José Parente, técnico de políticas sociais de promoção social, com foco em agricultura familiar, e coordenador do trabalho na Codeplan.

Conforme dados da Emater-DF, o Distrito Federal tem área rural com 4.213,520 km², o equivalente a 421.352,00 hectares. Segundo informações de 2010 do Censo Demográfico do IBGE, 3,4% da população está no meio rural.

As atividades do setor agropecuário, de acordo com informações de 2013 do IBGE, desenvolvem-se por meio de 3.955 estabelecimentos em uma área de 251.319,80 hectares, sendo 1.824 de agricultura familiar, representando 4,3% da área total, e 2.131 de agricultura não familiar – 95,7% da área total. Nessa síntese, conclui-se que a área média dos agricultores não familiares no DF (112,8 hectares) é 18,93 vezes maior que a área média dos agricultores familiares. No Brasil, esse hiato é de 16,8 vezes.

Sobre as atividades agrícolas, de acordo com a Emater-DF, a evolução da produção de grãos saltou de 382.012 toneladas em 2003 para 842.609 toneladas em 2013. Sobre hortaliças, a produção saiu de 109.807 toneladas para 248.600 toneladas, no mesmo período. Já no caso das frutíferas, o valor subiu de 34.975 toneladas para 37.118 toneladas.

O estudo mostra, ainda, dados do IBGE que indicam aumento de 26,81% na bovinocultura, passando de 80 mil cabeças, em 2008, para 101.452, em 2013. Já na suinocultura, no mesmo período, houve redução de 15,19% (119 mil cabeças, em 2008, e 100.915, em 2013). Na avicultura, também houve diminuição; neste caso, de 16,36% (12.314.754, em 2008, e 10.299.860, em 2013).

Outro item analisado pelo levantamento foi o uso de agrotóxicos. No Brasil, entre os anos 2000 e 2011, o consumo aumentou 160%, saindo de 454,24 mil toneladas para 1,17 milhão de toneladas. No DF, o aumento é de 119,15%, partindo de 830 toneladas para 2.483 toneladas, o que significa acréscimo de 1,24 vezes em relação ao incremento nacional, no mesmo período.

“A produtividade aumentou muito no Brasil, no Distrito Federal e no mundo, nos últimos anos. Mas, em grande parte, isso ocorre com o uso excessivo e intensivo de agrotóxico. Obviamente, tem-se o aspecto positivo, que isso permite aumentar a produção por hectare. Mas, por outro lado, têm os aspectos negativos: contaminação do solo, dos recursos hídricos. O desafio seria manter a produtividade elevada sem recorrer de forma tão excessiva ao uso de agrotóxico”, destaca o presidente da Codeplan, Júlio Miragaya.

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