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Vai-Vai do Bixiga, de Maria Rita, enlouquece Anhembi “resgatando” a vida de Elis

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Com uma homenagem à cantora Elis Regina, a Vai-Vai foi a penúltima escola a desfilar na madrugada deste domingo (15). A escola do Bixiga, do centro de São Paulo, entrou no Anhembi às 5h07, mostrando toda a obra da artista, que morreu em 1982.

Mesmo rivalizando com a Gaviões da Fiel, escola com grande torcida, a Vai-Vai foi a agremiação que mais levantou o público nesta madrugada, desde a concentração, onde o samba –que trazia trecho da canção “Maria Maria”, de Milton Nascimento – já era cantado com força.

Passistas entravam na avenida emocionados, chorando, e os espectadores participaram ativamente, acenando bandeiras, cantando e usando máscaras com o rosto da homenageada. As alas mantiveram o ritmo durante o desfile, realizando uma coreografia durante o refrão.

A cantora Maria Rita, filha de Elis, abriu o desfile junto com os puxadores cantando o enredo “Simplesmente Elis – A Fábula de Uma Voz na Transversal do Tempo”, antes de seguir para assumir a posição de mestre de cerimônias na comissão de frente. Muito abalada, ela sentiu-se mal ao fim do desfile. “Minha mãe é um ícone da cultura brasileira. Estou muito emocionada”, disse ela, antes de ser conduzida para uma ambulância.

Já mais calma, ela explicou a responsabilidade que sentiu. “Comissão de frente é muita responsabilidade, é diferente de um show meu, que é só meu. É a história da minha mãe, e qualquer vacilo poderia comprometer”, disse.

Os outros dois filhos de Elis, Pedro Camargo Mariano e João Marcelo Bôscoli também participaram do desfile, no terceiro carro. “Eu estava prevendo que seria forte, emocionante, mas não previ que fosse me divertir tanto. Deu vontade de descer do carro, voltar e fazer tudo de novo”, disse Pedro, após o desfile. Outro carro trazia uma grande alegoria representando Jair Rodrigues, amigo e parceiro da cantora, representado também por seus filhos, Jair Oliveira e Luciana Mello.

Elis era gaúcha, mas frequentava o bairro da Bela Vista, berço da Vai-Vai. A cantora, inclusive, gravou “Marambaia”, uma canção de Henrique Felipe da Costa, o Henricão, um dos fundadores da agremiação. A homenagem da escola lembrou a trajetória de Elis por meio das músicas, desde o início nos festivais aos grandes compositores que ela gravou.

Várias músicas da ‘Pimentinha’, como era apelidada, foram representadas pela escola nos carros e fantasias. O enredo relembrou também a amizade da cantora com Adoniran Barbosa.

Com 90 metros de comprimento, o carro abre-alas da Vai-Vai apresentou pequenos problemas para se manter alinhado, mas os integrantes conseguiram conduzi-lo. A alegoria era dividida em quatro partes. Uma delas lembrou a música “Arrastão”, primeiro sucesso de Elis, em 1965. Muitos integrantes da escola ajudaram a empurrar o imenso carro.

Segundo o carnavalesco da Vai-Vai, André Marins, o abre-alas da escola é o maior carro alegórico que já passou pelo Anhembi. “As gigantes estruturas de homens montados em cavalos mostram a cavalgada dos pampas, representando a vinda desse furacão chamado Elis do Rio Grande do Sul para o Brasil e para o mundo.”

A apresentadora Ana Hickmann, musa da escola, voltou para a avenida depois de ter ficado afastada em 2014 por conta do nascimento de seu primeiro filho.

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