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Árvores e índios

Vândalos atacam nossa embaixada no Reino Unido

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

O vandalismo contra as representações diplomáticas no exterior estão de volta. Após as embaixadas na Holanda, Noruega e Austrália serem alvo de ativistas, chegou a vez da embaixada em Londres ser atingida pela Rebelião da Extinção – um movimento internacional que exige que os governos de todo o mundo tomem medidas sobre o que eles dizem ser uma emergência climática.

Os militantes jogaram tinta vermelha na embaixada brasileira nesta terça, 13, na capital inglesa, protestando contra o que eles consideram danos causados ​​à floresta amazônica e o que eles descrevem como ataques a indígenas que vivem na região.

Dois manifestantes ocuparam o dossel acima da entrada do prédio, enquanto outros dois se colaram às janelas. A polícia foi enviada para o local e isolou a área. A embaixada não comentou a manifestação até agora.

A Rebelião da Extinção é uma campanha internacional que trabalha para pressionar os governos por uma mudança de políticas ambientais através da desobediência civil não-violenta.

Em outubro do ano passado, o grupo anunciou uma “rebelião aberta” contra o governo do Reino Unido por sua aparente falha em informar e proteger seus cidadãos das mudanças climáticas. O ex-chefe de contraterrorismo da Grã-Bretanha, Richard Walton, os descreveu como um grupo “extremista” que busca subverter a democracia liberal no país.

Membros do grupo – que dizem receber doações do bilionário investidor George Soros – foram retirados no passado por interromper o debate do Brexit no Parlamento, bloquearam a Bolsa de Valores de Londres e fecharam o centro da cidade ocupando cinco grandes pontes sobre o rio Tâmisa

A manifestação desta terça-feira foi programada para coincidir com a primeira marcha de mulheres indígenas de todo o Brasil em Brasília, para protestar contra o que eles chamam de crescente número de violações dos direitos indígenas sob o governo de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro declarou em janeiro que iria permitir a mineração comercial e a agricultura nas terras de reserva – uma iniciativa criticada pela comunidade indígena e pelos ambientalistas.

O presidente brasileiro tem repetidamente criticado a existência de terras indígenas, dizendo que elas impedem o país de lucrar com seus recursos naturais e, portanto, atrapalham o crescimento econômico. No mês passado, ele questionou dados de satélite fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mostraram que o desmatamento na floresta amazônica – a maior floresta tropical do planeta – deu saltos gigantescos.

“Estou convencido de que os dados são uma mentira”, disse Bolsonaro na ocasião. “Vamos chamar o presidente do Inpe para falar sobre isso e esse é o fim da questão”. O imbróglio acabou com o presidente do Inpe sendo demitido.

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