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Eu Sou

Versos que dormem no frio da noite e lágrimas secas em um livro esquecido

Publicado

Autor/Imagem:
Luzia Couto - Foto Francisco Filipino

O Poema Que Você Não Queria Ler
Eu sou a tinta que sangra nas páginas,
O sussurro perdido entre as sombras da madrugada.
Versos que dormem no frio da noite,
Lágrimas secas em um livro esquecido.

Eu era uma batida escrita em silêncio,
Um grito abafado no universo surdo.
Palavras que esperaram uma primavera,
Mas aos seus olhos, nunca floresceram.

Orações mudas, ecos sem dono,
Pássaros quebrados que outrora foram sonhos.
Eu sou a história que você calou,
A voz que se partiu dentro de você.

Nasci da alma e morri no pó,
Preso em um mundo que não ouve.
Fui um vento errante sem direção,
Uma brisa sem nome, sombra no seu abismo.

Letras choram em folhas murchas,
Gritam em vão, e dormem condenadas.
Eu sou o verso que ninguém recita,
Uma flor que morreu sem jamais ser vista.

Fui um fogo escondido sob a pele,
Uma chuva suave, um suspiro fiel.
Sou o reflexo do que você silencia,
Estradas quebradas, portas que se fecharam.

Escrevi-me com sangue e li-me em suspiros,
Curava-me nos versos esquecidos.
Fui melodia nos lábios de outros,
Mas nos seus, apenas silêncio.

E ainda que me esqueça, ainda que me enterre,
Continuarei vibrando nas sombras e na neve.
Eu sou o poema que você não quis ler,
Mas em cada letra, ainda permaneço de pé.

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