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Youssef entrega Dirceu e Palocci no Petrolão do PT

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Os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antônio Palocci (Fazenda) do primeiro governo Lula, atuavam como elo de ligação do Petrolão que desviou bilhões de reais da Petrobras. A afirmação é do doleiro Alberto Youssef, em um depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) em troca da delação premiada feito no ano passado mas somente agora tornado público.

Preso desde março em Curitiba, o doleiro relatou aos policiais federais que o executivo da Toyo Setal Júlio Camargo tinha “ligações” com o PT, “notadamente” com Dirceu e Palocci. Segundo Youssef, Camargo é “amigo” de José Dirceu.

No depoimento, Youssef disse ainda que Dirceu usou “diversas vezes” um avião de Júlio Camargo. O doleiro, no entanto, não soube informar o motivo de o ex-ministro ter viajado na aeronave. Ele relatou aos policiais que a utilização da aeronave ocorreu após Dirceu ter deixado o comando da Casa Civil, em 2005.

“[Alberto Youssef disse] que acredita que José Dirceu tenha uma relação ‘muito boa’ com Júlio Camargo, pois aquele [Dirceu] utilizava a aeronave Citation Excel de propriedade deste [Camargo]. Que, conforme já dito em termo anterior, [Youssef] destaca ainda que Júlio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores – PT, notadamente com José Dirceu e Antônio Palocci”, informou a Polícia Federal em documento.

Segundo Youssef, o dinheiro entregue no escritório de Camargo em São Paulo “servia para pagamentos da Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao Partido dos Trabalhadores, sendo que as pessoas indicadas para efetivar os pagamentos à época eram João Vaccari e José Dirceu.”

Para justificar as acusações, o doleiro disse ter “convicção de que os valores eram destinados ao Partido dos Trabalhadores e à diretoria de Serviços da Petrobras, na pessoa de Renato Duque”.

Ele disse que a entrega de dinheiro nos escritórios de Camargo ocorreu entre meados de 2005 a meados de 2012. O valor operado foi R$ 27 milhões.

Sobre as entregas no escritório de Júlio Camargo no Rio, Youssef afirmou que eram “pagamentos devidos ao Renato Duque e, provavelmente, a outros empregados da diretoria de Engenharia e Serviços, referente a comissionamentos das obras feitas pela Camargo Corrêa e a Mitsui Yoyo”. Segundo o doleiro, um dos funcionários era Pedro Barusco, que também fez acordo de delação premiada.

Perguntado pelos investigadores sobre as remessas ao exterior, Alberto Youssef explicou que Júlio Camargo não sacava o comissionamento no Brasil, para ludibriar as autoridades públicas sobre a origem do dinheiro, que, posteriormente, “seriam usados para o pagamento de propina e formação de caixa dois dos partidos”.

No depoimento, Youssef afirma que Camargo tinha o mesmo papel dele, como operador na diretoria de Serviços da Petrobras, então comandada por Duque.  No entanto, Camargo precisava de reais em espécie e procurou o doleiro para que o dinheiro pudesse ser movimentado no Brasil.

Segundo o delator, o esquema de pagamentos de propina aos partidos consistia na assinatura de contratos fraudados de consultoria das empresas de Camargo e as empresas Camargo Corrêa, Mitsui Toyo e Pirelli. Os valores eram enviados para contas no exterior. Depois disso, ficava disponível no Brasil e era repassado aos destinatários.

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