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Alcoforado antecipa o fracasso de Rollemberg; será como um Agnelo 2

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Entre prosas e versos sublinhados por algumas rolhas do Barolo Cascina Francia de excelente safra, Luis Carlos Alcoforado, il carattere della storia non raccontata, advogado, autor de livros citados em acórdãos de tribunais superiores, poeta e ex-cartola do futebol candango, faz uma análise pragmática do cenário político do Distrito Federal (não de Brasília). No presente e no pretérito recente.

Apontado como um forte articulador do governo de Agnelo Queiroz, de quem afirma ser credor, e apontado como autor do processo que daria cerca de 6 bilhões de reais para a empresa espanhola Gaia News Technologies construir o Parque Tecnológico (conhecido como Cidade Digital), de quem afirma também ser credor, Alcoforado abriu uma página para comentar bastidores do Buriti, em almoço no Restaurante Inácia com repórteres de Notibras. Como convidado especial, Mino Pedrosa, do Retrato Falado.

Após negar pela enésima vez que não mantém qualquer relação com o ex-governador petista e seus companheiros mais próximos, Alcoforado entende que os governos de Cristovam Buarque, Agnelo Queiroz, Rodrigo Rollemberg e provavelmente o de Antonio Reguffe no futuro, são diagnosticados com a mesma bactéria: ambos estão fadados a definhar por absoluta falta de experiência executiva.

Há um ranço de confundir a atribuição do governo, que deve realizar, com as funções do legislativo, que deve fiscalizar.

– Quando um governador não tem competência para ordenar ações e distribuir metas aos seus comandados, ele se instala na solidão do poder e deixa os interesses coletivos para cuidar de assuntos pessoais, afirma em sua análise.

Há um outro aspecto recorrente em alguns desses governos passados. Como um escudo, Cristovam e Rollemberg chancelam seus servidores e comissionados com a grife da Universidade de Brasília. Provavelmente para afastar a suspeição sobre a competência de seus colaboradores. O problema é que nem todas as funções executivas sobrevivem às teorias acadêmicas e suas intermináveis análises e teorias.

A resposta mais ouvida nos últimos seis meses é: “Estamos estudando o caso”. O Palácio do Buriti é uma coisa e o Minhocão é outra, completamente antagônicos, quer na dinâmica de decisões, quer na gestão. Prova disso foi o desempenho de Cristovam como governante e até como reitor da UnB, muito criticado. O Poder Executivo deve ser preenchido por nomes com competência administrativa pública comprovada.

Outra doença hereditária são os grupos subterrâneos que aparecem em todos os governos. Uns maiores, como foi no governo de José Roberto Arruda, e outros menores, como no de Agnelo.

Rollemberg já tem o seu grupo, aparentemente pequeno ainda, operando nos bastidores da loba. Tem até ex-secretário que continua despachando, fazendo e acontecendo, nas instalações do palácio e gastando o papel higiênico pago pelos contribuintes.

Alcoforado revelou que um ano antes das eleições, em encontro com Montenegro, inventor do Ibope, o pesquisador havia feito a previsão sobre a derrota de Agnelo para Rollemberg ou para Arruda, caso este não tivesse sido impedido. Ainda assim, com índices recordes de rejeição, Agnelo e seu restrito grupo permaneceram cegos e não foram capazes de reverter a curva do previsto flagelo final.

Autor de ações que cobram honorários de Agnelo e da empresa Gaia, Alcoforado desafia seus acusadores a apontar qualquer desvio de conduta enquanto esteve muito próximo ao poder do qual quer distância. Será? Pelo menos agora.

Revelações da intimidade daquele restrito grupo que comandou o GDF até 2014 ele faz questão de evitar. Segredos profissionais? Mas não resistiu a mais um gole do excelente Barolo Cascina Francia e ao mais recente desafio pessoal: deseja governar o Distrito Federal.

Kleber Ferriche

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