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Alto lá com esse oba-oba de crise, porque o Brasil, acima de tudo, merece respeito

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Guilhermina Coimbra

Decodificar as informações é assumir a responsabilidade de mostrar o invisível no discurso. Significa trabalhar em benefício de todos, tentando fazer compreender os discursos de autoridades nacionais, internacionais e da mídia desinformada – na melhor das hipóteses. Objetiva fornecer argumentos para que a população brasileira pesquise e, esclarecidamente, consiga reverter o curso das políticas que os “discursantes” pretendem para o Brasil.

Reportagem de capa de um dos maiores jornais do mundo destaca o caráter surreal do processo de “impeachment” que corre no Brasil: a Presidente, … “corre o sério risco de ser afastada por um processo dominado por corruptos e por abusos aos Direitos Humanos …”(In New York Times, abril, 2016)

O texto, traduzido e reproduzido in limine, cita …“o Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, réu do STF por suspeita de ter recebido milhões de dólares em propina, e um Deputado brasileiro, também, defensor do impeachment, que é alvo de processos nos Estados Unidos por ter desviado mais de 11,6 milhões de dólares”. (In New York Times, abril, 2016).

O referido jornal e a Organização dos Estados Americanos – OEA – denunciam e condenam o “golpe paraguaio” no Brasil, tramado pela mídia e a “lista de mais de 300 políticos corruptos” mantidos em sigilo pela investigação Lava Jato.

O “The Pentagon´s New Map for War & Peace”, mais objetivo em esclarecer o óbvio, enuncia as formas de desestabilização econômica e social do Brasil, através dos meios de comunicação, jornais, redes sociais, empresários e infiltração de ativistas:

…“A tática utiliza-se da mídia alienígena corrupta, golpista e dos cínicos 300 políticos, corruptos fichas sujas, já delatadas na Lista dos 300 da Odebrecht” – mantida em sigilo pelo juiz da Operação Lava Jato, para não atrapalhar o “golpe paraguaio”.

E aí, brasileiros, sentem-se envergonhados pela corrupção denunciada pela mídia internacional dos signatários do Tratado do Atlântico Norte-OTAN?

De modo algum. A população brasileira está consciente que essa minoria escabrosa, indecorosa e problemática, representa, apenas, um zero à esquerda dos mais de mais de 200 milhões da população brasileira.

O mundo não-signatário do Tratado do Atlântico Norte-OTAN precisa se informar corretamente sobre o que estão tentando fazer com o Brasil.

Essa minoria permanece funcionando, através da rede de proteção criada pelos interessados, para garantir a lavagem do dinheiro de propinas a políticos coniventes, com privatizações, de empresas de energia, empresas de petroquímicas, pertencentes ao Grupo PETROBRÁS, Telecomunicações, Siderurgia e Mineração – à revelia do conhecimento e autorização dos contribuintes de direito e de fato do Brasil.

Os eleitores brasileiros não contrataram os seus representantes no Poder Legislativo como meros corretores imobiliários e mobiliários dos bens públicos brasileiros. Corretar e vender os bens públicos brasileiros é um verdadeiro e didático exemplo de desvio de função.

Os políticos mega corruptos, na maioria remunerados pelas multinacionais que atuaram e atuam nas privatizações dos bens públicos do Brasil, devem ser objeto de investigações do tipo da Lava Jato e outras idênticas investigações com o mesmo objetivo.

De forma cíclica, a História do Brasil está sendo programada para se repetir, através do impeachment.

Em 2016 estão tentando, aplicar no Brasil a estratégia ensaiada contra a “primavera árabe”. Essa estratégia de dominação tem sido aplicada no Oriente Médio. Consiste em desestabilizar os governos progressistas e alinhá-los às estratégias globais como sócios agregados.

É sintomático que um dos analistas de grande Banco estrangeiro, em março de 2014, tenha coordenado uma Mesa Redonda com publicitários brasileiros ligados à macroeconomia neoliberal com o tema: ”Como desestabilizar o Governo…”. A vinda ao Brasil de um ex-presidente do Estado interessado em se apossar das fontes geradoras de energia do Brasil – exigindo termo de confidencialidade dos participantes e até das recepcionistas, também foi entendida como .

Esta sim é uma motivação verdadeiramente justificável da vergonha infinita, sentida pelos brasileiros, ao verificarem que o Brasil paga em moeda forte, para ouvir e aprender como trabalhar e agir, contra os interesses do próprio Brasil – no Brasil!

“A tática utiliza-se da mídia alienígena corrupta, golpista e dos cínicos 300 políticos, corruptos fichas sujas, já delatadas na Lista dos 300 da Odebrecht” – mantida em sigilo pelo juiz da Operação Lava Jato, para não atrapalhar o “golpe paraguaio”.

…”A Agência de risco Moody’s calcula as dívidas da Petrobrás em US$ 137 bilhões (US$ 110 bilhões com credores privados). R$ 40 bilhões seriam devidos ao BNDES. A dívida para 2015 (US$ 14 bilhões) é facilmente administrável.”

…” Ora, além de pouco expressivas em relação ao patrimônio – subavaliado pelo “mercado” – as dívidas pouco significam independentemente de prazos e juros. Ambos caem substancialmente, se o crédito da empresa se recuperar da degradação, advinda da ação combinada do cartel mundial, da grande mídia e autoridades movidas por conceitos enganosos.

A Petrobrás tem tido receitas anuais de R$ 300 bilhões. Ademais, embora descapitalizada pela política de preços, determinada pelo governo, a estatal adquiriu grande quantidade de blocos, além de investir pesado na exploração. Com isso, só no pré-sal, já produz acima de 800 barris diários. Ela investe 100 bilhões de reais por ano, opera 326 navios, 35.000 quilômetros de dutos, 15 refinarias e 134 plataformas de produção de gás e de petróleo. Fez ressurgir a indústria naval, com aumento de 2 mil empregados para 85 mil.Para que a Petrobrás seja reconhecida como mais que viável só precisa pôr ordem em sua administração, inclusive expurgando os imperiais infiltrados desde os anos 90…”

…”E basta o Tesouro, como principal acionista, sinalizar que fará, se necessário, novos aportes de capital, que lhe renderão incalculáveis ganhos a curto, médio e longo prazos. É isso que tem de fazer o governo, se não quiser cometer suicídio e simplesmente entregar o país inteiro.”…

…”Quanto mais ceder à chantagem mais se debilitará. A falsa crise torna-se real, à medida que o governo se deixa acuar, e a Petrobrás desiste de rentáveis projetos produtivos. Ridiculamente, proibida de captar recursos no mercado financeiro, por falta de publicação do balanço auditado do 3º semestre de 2014, a empresa tem evitado contratações e reduzido os investimentos em projetos contratados.”…”a passagem da miséria para a riqueza, e a da humilhação para a dignidade, depende apenas da percepção dos fatos e de coragem.” ((In BENAYON. Adriano, Economista, Diplomata do MRE, Brasil.).

…”Seria errôneo pensar a crise do Brasil apenas a partir do Brasil. Este está inserido no equilíbrio de forças mundiais do âmbito na assim chamada nova guerra fria que envolve principalmente os EUA e a China. A espionagem norte-americana, como revelou Snowden atingiu a Petrobrás e as reservas do pre-sal e não poupou até a presidenta. Isto é parte da estratégia do Pentágono de cobrir todos os espaços sob o lema:”um só mundo e um só império”….

…”Eis alguns pontos que nos fazem refletir. Na América Latina está se fechando um ciclo de governos progressistas que elevaram o nível social dos mais pobres e firmaram a democracia. Agora estão sendo assolados por uma onda direitista que já triunfou na Argentina e está se pressionando todos os países sul-americanos. Falam, de democracia mas, na verdade, querem torná-la insignificante para dar lugar ao mercado e à internacionalização da economia. No contexto global há uma ascensão visível da direita no mundo inteiro, a partir dos próprios EUA e da Europa.

…”O Brasil é o principal atingido e o impedimento da presidenta” … “ é apenas um capítulo de uma estratégia global, especialmente das grandes corporações e pelo sistema financeiro articulado com os governos centrais. Os grandes empresários nacionais querem voltar ao nível de ganho que tinham sob as políticas neo-liberais, anteriores…”

“…A oposição à presidenta e o apoio ao seu impedimento possui um viés patronal. A FIESP, a FIRJAN, as Federações do Comércio de São Paulo, a Associação Brasileira da Indústria Eletrônica e Eletrodomésticos (ABINEE), entidades empresariais do Paraná, Espírito Santo, Pará e muitas redes empresariais estão em campanha aberta pelo impedimento e pelo fim do tipo de democracia social implantada Pela Presidenta…”.

…”A estratégia ensaiada contra a “primavera árabe” e aplicada no Oriente Médio e agora no Brasil e na América Latina em geral consiste em desestabilizar os governos progressistas e alinhá-los às estratégias globais como sócios agregados. É sintomático que em março de 2014 Emy Shayo, analista do JB Morgan coordenou uma mesa redonda com publicitários brasileiros ligados à macroeconomia neoliberal com o tema:”como desestabilizar o governo Dilma”. Armínio Fraga, provável ministro da fazenda num eventual governo pós-Dilma vem do JB Morgan. (In GUIMARÃES, Juarez, blog de Juarez Guimarães,”Por que os patrões querem o golpe”).

Noam Chomsky, Moniz Bandeira e outros advertiram que os interessados em subjugar o Governo brasileiro e se apossar das fontes geradoras de energia do Brasil – não toleram uma potência como o Brasil no Atlântico Sul que tenha um projeto de autonomia, vinculado aos BRICS.

A presença crescente da China – principal concorrente dos interessados, nos vários países da América Latina, especialmente no Brasil – causa grande preocupação, à política externa dos interessados, razão pela qual tentam perseverantemente impedir que o Brasil se transforme em um “Japão na America do Sul”.

Face à perseverança do Governo brasileiro – fundamentado no Direito Internacional e assegurado pela Organização das Nações Unidas-ONU – em recusar-se a entregar as principais fontes geradoras de energia, tentam enfraquecer o Brasil, um dos Estados-membros dos BRICS, considerado um Anti-poder.

Em 1964, a motivação foi o discurso do Presidente João Goulart, na OEA, esclarecendo as razões da Lei Nº 4.131/64 de Controle de Remessas e de Lucros ao Exterior.

Em 2016, …”Não é só a CIA… especialmente as ONGs financiadas pelo dinheiro oficial e semi-oficial como a USAID, a National Endwoment for Democracy, atuam comprando jornalistas e treinando ativistas”. (In, BANDEIRA, Luiz Alberto Muniz, “A segunda Guerra Fria – Geopolítica e Dimensão Estratégica dos Estados Unidos”, Editora Civilização Brasileira, 2013, e “A Desordem Internacional”, 216 mesma Editora).

Moniz Bandeira chega a afirmar não ter dúvida …” de que no Brasil os jornais estão sendo subsidiados…e que jornalistas estão na lista de pagamento dos órgãos citados acima e muitos policiais e comissários recebem dinheiro da CIA diretamente em suas contas”(In NASSIF, Luis, Jornal GGN, 09/03/2016).

A população brasileira tem certeza de quais seriam esses jornais e os nomes de alguns jornalistas, completamente ausentes de consciência crítica, totalmente alinhada à ideologia, desestabilizadora de seus patrões.

Especialmente o pré-sal, a segunda maior jazida de gás e de petróleo do mundo, está na mira dos interesses globais.

….“Seria ingenuidade imaginar que não há interesses internacionais e geopolíticos de norte-americanos, russos, venezuelanos, árabes. Só haveria mudança na Petrobras se houvesse nova eleição e o PSDB ganhasse de novo. Nesse caso, se acabaria o monopólio de exploração, as regras mudariam.”… …“O impeachment interessa às forças que querem mudanças na Petrobrás: grandes companhias de petróleo, agentes internacionais que têm a ganhar com a saída da Petrobrás da exploração de Petróleo. Parte desses agentes quer tirar Dilma”. (In CARDOSO, Adalberto, sociólogo, Folha de São Paulo, 26/04/2015).

Não se trata da teoria da conspiração, e nem, muito menos de pensamentos conspiratórios de modo algum.

As táticas e estratégias são sempre as mesmas, ridículas e ausentes de imaginação.

Os mesmos interessados que agiram em 1964, estão em 2016, infiltrados nos movimentos sociais e políticos brasileiros. Não é sem razão que a quarta frota norte-americana do Atlântico Sul está perto de das águas brasileiras.

A população brasileira está consciente da importância do Brasil no cenário mundial.

A população brasileira perceptiva resiste.

O fortalecimento da democracia no Brasil tem que representar democraticamente, os interesses da população do Brasil.

O Brasil exige o respeito à autonomia do Governo brasileiro, assegurada pela ONU e a OEA e não renuncia ao seu direito inalienável de construir …”nosso próprio caminho rumo ao futuro”. (In BOFF, Leonardo).

O Brasil merece respeito.

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