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Tudo pronto para a ‘guerra santa’ na área cultural de Brasília

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Três deputados distritais estão na mira de grupos culturais do Distrito Federal. São Renato Andrade (PR), Rodrigo Delmasso (PTN) e Júlio Ribeiro (PRB). Partiu do trio a iniciativa de realizar uma audiência pública na quinta-feira, 28. Esse encontro é para discutir a participação de artistas cristãos em programações festivas da capital da República.

O ponto mais polêmico dos debates, no entanto, não é necessariamente a audiência em si. Ocorre que o segmento cultural do Distrito Federal não vê com bons olhos o Projeto de Lei Complementar 18-2015, do deputado Renato Andrade, protocolado e lido em plenário no último dia 12.

Pela proposta do parlamentar republicano, o governo poderia direcionar 15% dos recursos do Fundo de Apoio a Cultura (FAC) para custear manifestações culturais cristãs. O valor do FAC é o equivalente a 0,3% da receita corrente líquida do governo local, no caso, referente ao ano passado.

Nas redes sociais, artistas estão se mobilizando para participar da audiência. Enquanto parte do segmento discorda e sustenta que o Estado é laico, por outro, há quem diga que é preciso entender o projeto e reconhecer o artista cristão.

Mas o próprio texto da proposta deixa claro que o recurso não irá para igrejas e muito menos para eventos exclusivamente dirigidos por e para evangélicos. E justifica que o objetivo é evitar a utilização de emendas parlamentares para festas religiosas, muitas vezes mal gerenciadas.

Os distritais – os três são pastores – ou suas assessorias foram procurados pela reportagem. Júlio César não retornou as ligações e mensagens eletrônicas até o fechamento desta matéria; a assessoria de Renato Andrade informou que o parlamentar estava em um evento durante o final de semana. Portanto, incomunicável; já o deputado Delmasso foi categórico: ele tem conhecimento desse movimento no meio cultural, mas avalia que tentam provocar um curto-circuito em fios encapados.

– A questão fundamental é que a audiência pública pretende ouvir todos os lados envolvidos na cultura brasiliense. Queremos buscar uma solução democrática, sem impor ideias, muito menos projetos”, sublinhou Delmasso. E sentenciou: “Vamos deixar claro para a sociedade o que é cultura gospel, porque, ao contrário do que se possa imaginar, não se resume apenas a shows”.

Elton Santos, Repórter Especial

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