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BC intervém no banco mexicano Azteca e arranja uma saia justa para Dilma

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Felipe Meirelles

O Banco Azteca, fatia grossa de um dos maiores conglomerados econômicos da América Latina, vai sofrer uma intervenção do Banco Central no apagar das luzes de 2015. A decisão será anunciada no decorrer desta quarta-feira, 30. O gesto está sendo interpretado no mercado financeiro como retaliação do governo brasileiro à decisão daquela instituição de encerrar suas atividades no País.

O Azteca pertence ao multibilionário mexicano Ricardo Salinas. Ele também domina na América Central e alguns países sul-americanos, redes de televisão, lojas de eletrodomésticos e telefonia fixa e celular. Para se ter uma ideia da influência de Salinas, a TV Azteca está para países latino americanos, como a Globo está para o Brasil.

A briga do Banco Central com o banco mexicano não deixa de ser uma ironia. Só a título de ilustração, basta lembrar que no ratings da Agência Fitch, o Azteca aparece com A+, enquanto a nota do Brasil é A-.

A intervenção do BC em uma instituição de crédito internacional é fato inédito no Brasil. Analistas de mercado avaliam que o governo de Dilma Rousseff vai enfrentar uma saia justa. A intervenção impede a saída do Azteca, e serve de recado a outros grandes grupos que, temendo pelo futuro da economia brasileira, sinalizam com a possibilidade de fechar as portas no País.

A crise envolvendo o BC e o Banco Azteca foi antecipada por Notibras em matéria da repórter Marta Nobre, no último dia 27. O texto anunciava a decisão do Grupo Elektra, holding comandada por Ricardo Salinas, em comunicar à Bolsa Mexicana de Valores, sua retirada do mercado brasileiro. Foi o sinal de que viria alguma turbulência pela frente, por passageira que fosse.

As atividades do banco no Brasil foram iniciadas em 2008, com práticas inovadoras e inéditas, como a ausência de cobrança de taxas bancárias, a concessão de microcrédito e a bancarização de cidadãos que não encontravam apoio na rede bancária tradicional, milhares deles tendo acesso pela primeira vez aos benefícios dos serviços financeiros.

Emissários de Ricardo Salinas desembarcaram em Brasília no início da semana. Do grupo fazem parte advogados especializados em finanças internacionais, que vieram munidos de documentos para travar uma guerra judicial com o Banco Central, a partir do que consideram retaliação do governo brasileiro.

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