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Alíquota de 14%

Buriti quer taxar servidor para tapar rombo do Iprev

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Bartô Granja e Josiel Ferreira

O Palácio do Buriti vai encaminhar à Câmara Legislativa, tão logo acabe o recesso parlamentar, projeto de lei aumentando de 11% para 14% a alíquota de contribuição do servidor público para o Iprev.

O argumento palaciano é de que o Iprev não tem liquidez para continuar emprestando dinheiro ao governo, nem pagar aposentadorias nos valores devidos. Esse aumento é visto como a única alternativa para tapar o rombo.

A folha de pagamento dos servidores do Governo de Brasília ultrapassa a casa dos 21 bilhões de reais. Na eventualidade de o Buriti ter sucesso com o aumento, o Iprev disporá de mais 600 milhões de reais na conta já no exercício financeiro de 2017.

O problema é que uma iniciativa dessa natureza precisa passar pelo crivo dos deputados distritais. Ali, fica cada vez mais claro que o governador Rodrigo Rollemberg não conta com maioria para aprovar medidas impopulares.

Rollemberg chegou a conversar sobre o assunto com o presidente Michel Temer, há alguns dias, quando levou ao Palácio do Planalto suas preocupações com os cofres do Governo de Brasília, cada vez mais vazios.

Embora o Palácio do Buriti, procurado, não tenha se manifestado sobre o assunto, autoridades de diferentes áreas confirmaram a informação. O deputado Chico Vigilante, por exemplo, disse a Notibras, que Temer, ‘um golpista’, dará apoio nesse sentido a Rollemberg, ‘um frouxo’.

Esse ‘apoio’ viria por meio de pressão do Planalto, via Tadeu Filippelli, assessor especial de Temer, aos deputados do PMDB na Câmara Legislativa. Estariam nessa lista Rafael Prudente e Wellington Luiz, além de outros distritais que vivem sob a influência do ex-vice-governador.

Do Tribunal de Contas do Distrito Federal também veio a confirmação. Um conselheiro que prefere manter o anonimato admitiu que foi procurado por emissário do Buriti para falar sobre o assunto.

Sindicalistas que representam os servidores públicos de Brasília – como médicos, professores e policiais – já se movimentam para decretar greve geral. “Se Rollemberg pensa que vai secar nosso bolso, está enganado”, afirmou Ubiratan Ferreira, vice-presidente do Sindicato dos  Técnicos em Radiologia do Distrito Federal.

Não ao aumento – Em nota encaminhada à Redação de Notibras no início da noite, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) disse que a Câmara Legislativa não deve aprovar um reajuste dessa natureza.  “Isso é coisa de golpistas”, afirmou.

Leia o texto do deputado petista:

“Trata-se de mais um duro golpe na classe trabalhadora. Além de amargar a corrosão do poder aquisitivo de seus salários e ficar sem os reajustes aprovados por lei, com o aumento dessa contribuição, cada servidor vai receber um salário menor no final do mês.

“É isso mesmo. O Governo golpista quer que o Distrito Federal aumente a contribuição dos servidores públicos de 11% para 14%.

“Isso significa 3% de redução do dinheiro que entra na conta bancária. Só que, para concretizar esse golpe engendrado na União, o Governo Rollemberg terá de mandar um projeto de lei complementar para ser aprovado pela Câmara Legislativa.

“E projeto de lei complementar precisa de 13 votos favoráveis para ser aprovado.

“Com o meu voto e o voto dos meus companheiros de partido, ele não vai contar. Vamos votar contra e derrotar mais esse golpe contra o servidor público do Distrito Federal.

“Brasília-DF, 14 de janeiro de 2017.

Deputado Chico Vigilante – PT/DF”

 

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