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Cunha pisa na lama sem sapatos e será abatido como um bode velho

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O “gato” eleitoral feito por este governo continua tendo desdobramentos antagônicos. Temos um grito rouco ecoando dos guetos do Congresso Nacional. Na verdade é um berro desesperado do bode que está na antessala da Lava Jato. Eduardo Cunha, o deputado vendedor de carne moída para a África – e que diz ter ficado milionário com isso -, soltou que já tem sua decisão para os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Cunha alertou aos agregados palacianos que pode prorrogar por mais 60 dias as CPIs do BNDES e Fundos de Pensão, e ainda, criar na Câmara as CPIs do Carf e do Futebol – a exemplo das que correm no Senado. Blefe?! Chantagem?! Na verdade um berro desesperado de quem precisa se salvar das barras do abatedouro que lhe espera: as celas da Lava Jato em Curitiba.

Saber tudo o que há de verdade ou de fantasia em torno do presidente da Câmara é, neste momento, uma necessidade institucional e um direito de todo cidadão. Se Cunha resiste com desfaçatez desmedida, abusa da falta de vergonha e da hipocrisia. Seu cinismo é Black Friday.

Cunha foi eleito presidente da Câmara em fevereiro, entrou atirando e hoje berra. Ele é o bode da Dilma. O governo e a oposição acham que podem fazer acordos com Eduardo Cunha. Vejo ai nada além do que um caso de contaminação voluntária de reputações. A entrada rasante, mesmo voadora, na roda de Renan Calheiros e Delcídio do Amaral, mostra que havia macumba na encruzilhada que liga a Lava Jato e os doutores da política nacional.

Nisso tudo, uma coisa é certa: nem a oposição e muito menos o Planalto, controlam o Ministério Público e a Lava Jato. Se controlassem, ela já teria acabado há muitos meses. Não há mais como segurar o impeachment – se ele não vier agora, será nas urnas em 2018 -, muito menos evitar a ida de Cunha para fazer companhia a Delcídio e outros, mesmo que o bode continue a berrar na antessala da Papuda. Desde abril de 2014, Eduardo Cunha sabia que a Lava Jato chegaria a ele. Blefar faz parte do jogo político.

As coisas até que poderiam ter ido bem para a presidente Dilma, pois Eduardo Cunha estava parado, e Aécio Neves, calado. Contudo, seu governo parece ter entrado num processo de autocombustão com a prisão do senador Delcídio do Amaral. A partir daí, seu “bunker” começou a ruir. Nem mesmo o lulopetismo irá salvá-la.

Nem sei se ela dará ouvidos aos berros do bode. Acho que não, mas só o rtempo para mostrar. Um governo sem liderança parlamentar nem sistema operacional fabrica crises a partir do nada. Um sujeito pode estar doente e pendurado na quitanda da esquina, mas não precisa aparecer na rua sem o sapato de um dos pés.

Cunha está sem os dois sapatos que lhe protegeria da lama em que se meteu. O bode apenas berra, mesmo sabendo que será abatido.

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