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Dilma antecipa volta para negociar votos contra impeachment no Senado

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Bartô Granja, Edição

A presidente Dilma Rousseff antecipou em mais de 12 horas sua volta ao Brasil, depois de dois dias nos Estados Unidos. Ela desembarcou em Brasília por volta das 11h30 deste sábado, 23, e antes do meio-dia já estava ao telefone, no Alvorada, em articulações políticas.

Dilma sabe que terá trabalho para reverter no Senado a ampla desvantagem que tem hoje e evitar a aprovação do impeachment. A oposição revela já ter o número mínimo de votos necessários à abertura do processo. A expectativa á de que também consiga os 2/3 necessários para que seja efetivado o afastamento.

Ao todo, 48 senadores são favoráveis ao impeachment, sete a mais que os 41 necessários para a abertura do processo na votação que deve acontecer em maio. Se aprovada a abertura, Dilma é afastada por 180 dias enquanto corre o processo.

Este número, no entanto, não é suficiente para aprovar o impeachment propriamente dito. Na votação que deverá acontecer em setembro ou outubro são necessários 54 parlamentares a favor. Ausências e abstenções contam como votos contra.

O Placar do Impeachment do jornal O Estado de S.Paulo aponta um universo de 15 senadores cujos votos são desconhecidos publicamente. Cinco deles se dizem indecisos e outros 10 não quiseram responder. Neste grupo, são considerados votos certos a favor do impeachment os senadores Zezé Perrela (PTB-MG) e Fernando Collor de Mello (PTC-AL).

Entre os que se dizem indecisos ou não declaram posicionamento há sete senadores do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer. Entre eles o presidente da Comissão Especial do Impeachment, Raimundo Lira (PB) que declarou voto a favor do afastamento da presidente. Se todos os peemedebistas desse grupo votarem a favor, o número de senadores favoráveis ao impedimento sobe para 53 – um a amenos que o necessário para o afastamento. Além disso, há um senador do PP, partido que na Câmara fechou questão pelo impeachment, e dois do PTB, sigla que orientou a bancada a votar pelo impeachment.

O governo dá como certa a aprovação da admissibilidade em maio e aposta todas as fichas para garantir ao menos 27 votos para derrubar o processo após 180 dias de governo provisório de Michel Temer. A expectativa é que não haja traições como ocorreram na votação na semana passada. Nas contas do Planalto, serão 28 votos os votos contra o impeachment – o que daria um resultado apertadíssimo pró-governo.

“Esperamos que se abra um debate jurídico sobre o assunto, diferente do que aconteceu na Câmara”, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Os governistas apostam nas pesquisas de opinião, que apontam baixa aprovação de Temer, o que poderá dar força à ideia do Diretas Já. “Temer será o governo da crise”, disse Farias.

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