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Europa exige o fim das ações da Rússia na Síria contra o Estado Islâmico

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Os ministros de Relações Exteriores de países da União Europeia pediram nesta segunda-feira para que a Rússia acabe imediatamente com os ataques feitos contra grupos de oposição na Síria. Os representantes afirmaram que a intervenção militar de Moscou arrisca prolongar a guerra civil no país e mina a possibilidade de uma solução política. Contudo, o bloco permanece dividido e cauteloso sobre questões políticas na Síria, com divergências sobre se o presidente Bashar al-Assad deve ser retirado do poder ou não.

O conflito armado na Síria já dura quatro anos e vitimou mais de 250 mil pessoas. Recentemente, a guerra se tornou um problema mais grave para a Europa, já que milhares de refugiados têm migrado para o bloco em busca de asilo.

A caminho da reunião dos ministros nesta segunda-feira, a chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, disse que os bombardeios da Rússia “mudaram o jogo” na Síria. As ações, segundo ela, devem ser “coordenadas, caso contrário elas podem ser extremamente perigosas, não apenas do ponto de vista político, mas principalmente de um ângulo militar”.

Após o encontro, as autoridades europeias emitiram comunicado em que consideram que os bombardeios “sobre a oposição moderada são bastante preocupantes e devem cessar imediatamente”. “Essa escalada militar arrisca prolongar o conflito, minar o processo político e agravar a situação humanitária, aumentando a radicalização. Nosso foco deve ser diminuir o conflito”. A nota reitera a posição de que Assad permanece responsável pela maior parte da morte de civis na Síria e pede pelo fim do uso de bombas contra a população. “Não pode haver paz duradoura na Síria diante de presente liderança”, afirmam.

Apesar da declaração, os ministros não estão em sintonia sobre o destino de Assad na resolução da guerra na Síria e alguns representantes acreditam que ele pode ser uma figura política relevante em um governo de transição no combate ao grupo Estado Islâmico. A chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a defender que o líder sírio seja incluído em diálogos pela paz na Organização das Nações Unidas (ONU), postura que é criticada por Paris.

Nesta segunda-feira, o secretário francês para Assuntos da Europa, Harlem Désir, disse que a transição política na Síria “deve ocorrer sem Bashar al-Assad” e defendeu que “não haverá paz na Síria” sem a deposição do governante. O secretário de Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, também disse que qualquer tentativa de trabalhar com Assad poderia levar opositores a reforçar as fileiras do Estado Islâmico.

Em privado, autoridades europeias afirmam que anos de demandas da Europa e dos Estados Unidos para a saída de Assad não têm feito diferença no país. Eles afirmam que a prioridade agora deve ser agir conta os insurgentes do Estado Islâmico e que se deve tentar qualquer iniciativa política para encerrar o conflito, mesmo que isso signifique um papel de maior destaque para Assad nesta transição. Em Washington, o governo Obama também já mudou sua posição sobre quando o líder sírio deve ser descartado.

estadao

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