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Gravata de Médici provoca demissão de Jair Cardoso, o mestre da fotografia

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José Escarlate

Um dos melhores repórteres fotográficos do país, conhecí Jair Cardoso no Rio, nas minhas andanças pelo Jockey Clube Brasileiro, no meu tempo de repórter de turfe e jogador inveterado. Ele era o fotógrafo oficial do Jockey e distribuia as fotos de chegada dos páreos.

Anos mais tarde, reencontrei o Jair na sucursal de Brasília do Jornal do Brasil. A partir daí, ele foi meu grande amigo, apesar de não consguir falar certo o meu nome. Só me chamava Escalarte. Até morrer.

Era uma figura ótima. Para ele não tinha tempo ruim. Otimista, sempre conseguia dar nó em copo d’água. Autor da foto premiada do ano, de Figueiredo, à paisana, com quepe de general, Jair há algum tempo andava às turras com o editor de fotografia do jornal. O homem queria legenda escrita com identificação na foto. Mesmo que o cara estivesse sozinho. Não acreditava naquela de que uma foto vale um fato. Queria legenda identificando os personagens.

Cobrindo o Palácio do Planalto, certo dia o nosso Jair Cardoso foi acompanhar o então presidente Médici a Uberlândia, para a tradicional Feira Internacional de Gado Zebu. Após percorrer a feira e almoçar, Médici posou ao lado do touro ganhador do primeiro lugar, colocando-lhe a ourela verde-amarela na orelha.

Na foto, apareciam Médici e o touro premiado. Saboreando a oportunidade, Jair não perdeu a chance de dar uma gozada no editor do JB, e sapecou a legenda: “Médici coloca a ourela de campeão no touro vencedor”. E acrescentou à legenda a identificação: “O presidente é o de gravata”. Foi demitido!

PV

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