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Ainda a carne

Nessa crise, o produtor é vítima como o consumidor

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José Mário Schreiner

“O vazio criado pela incapacidade de se comunicar é rapidamente preenchido por veneno, tolices e falsidades” (Cyril Northcote Parkinson: 1909-1993)

A epígrafe acima reflete bem o momento de incertezas em que passa o país, onde as redes sociais encontram campo fértil para disseminar boatos e ampliar fatos. Informações distorcidas e inverídicas sem o mínimo de apuração, chegam às pessoas em tom jocoso ou alarmante. Esta corrente ampliou-se de tal modo, que coloca em risco anos de trabalho desenvolvimento num setor vital da economia brasileira: o agronegócio, principalmente a produção de proteína animal.

O setor pecuário primário que produz a carne consumida pela população goiana e brasileira de modo geral, sem dúvidas, é o mais seguro e sustentável de todo o mundo. Os pecuaristas goianos cumprem com responsabilidade todos os protocolos sanitários necessários para garantir a saúde dos rebanhos e a qualidade da carne produzida. Cumprem as mais exigentes legislações de saúde animal e segurança alimentar, orientados por veterinários sob fiscalização rigorosa da Agrodefesa do estado.

Somos o estado referência na pecuária brasileira com 115 unidades industriais de processamento das carnes bovina, suína e avícola. Dentre elas, 29 sob inspeção federal e 86 sob inspeção estadual. Deste total, apenas uma está sob investigação. Temos no país, um rebanho aproximado de 363 milhões de cabeças bovinas, suínas e de aves (6% do total nacional), Goiás produziu, em 2016, mais de 1,7 milhão de toneladas de carne, sendo exportadas 443 mil toneladas, representando R$ 10 bilhões de receita bruta, empregando direta e indiretamente perto de 40% da força de trabalho rural do estado.

Das 4.800 unidades que processam carne no país, apenas 21 estão sob investigação. Ou seja, um número muito pequeno para se generalizar sobre a qualidade de nosso produto para efeito de consumo e exportações. Não podemos destruir um setor vital para o desenvolvimento econômico e social do país e, principalmente de Goiás, onde são gerados milhões de empregos no campo e na cidade. A justiça está cumprindo seu papel, afastando funcionários públicos que negligenciaram em sua função de primar pela fiscalização de alimentos que vão à mesa do consumidor.

Essa depuração na indústria de processamento de proteína animal foi positiva, conferindo mais segurança ao consumidor em relação à carne goiana e brasileira. O produtor brasileiro e goiano é tão vítima quanto o consumidor. Não é possível nem aceitável gerar incertezas ou insegurança aos milhões de consumidores de carne, sejam eles no Brasil ou no exterior por conta da irresponsabilidade de uma minoria ínfima. Como bem lembrou o presidente Michel Temer: “O agronegócio para nós no Brasil é uma coisa importantíssima e não pode ser desvalorizado por um pequeno núcleo, uma coisa que será menor, apurável, fiscalizável, punível se for o caso, mas não pode comprometer todo o sistema que nós montamos ao longo dos anos”.

A população goiana, brasileira e os mercados externos podem confiar: os produtores rurais conduzem o melhor sistema de produção animal sustentável do planeta, oferecendo segurança absoluta aos consumidores. Reiteramos nossa confiança na apuração dos desvios de conduta de funcionários públicos responsáveis pela fiscalização, assim como aos empresários que colocam o lucro acima do bem coletivo. O governo por sua vez, deve continuar agindo com firmeza e vigor para que o consumidor tenha cada vez mais a segurança alimentar à sua mesa.

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