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Ataque a acampamento de índios deixa clima mais tenso

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Menos de uma semana depois do confronto entre índios e fazendeiros no município de Antonio João, em Mato Grosso do Sul, que resultou na morte do índio Simeão Vilhalva, os índios guarani-kaiowá denunciaram que tiveram um acampamento, na região de Douradina, atacado por homens armados.

“Primeiramente, eles começaram a atirar com armas de fogo mesmo, bala mesmo. Então, nossos guerreiros começaram a recuar, e eles vieram mesmo na nossa direção com várias caminhonetes e atiravam. E nós estávamos no meio do milho, onde foi colhido, e corremos por lado das matas. E quando foi à noite, eles dispararam 55 tiros de balas”, disse o cacique Ezequiel Guyra Kambi’y. Segundo ele, a ação ocorreu na tarde de quinta-feira (3) e os homens chegaram em 30 caminhonetes.

A área reivindicada pelos guarani-kaiowá é chamada de Guyrakamby’i, também conhecida como Panambi-Lagoa Rica. A terra, de 12 mil 196 hectares, já consta como delimitada no site da Fundação Nacional do Índio (Funai). Mas, em janeiro de 2012, o procedimento de demarcação foi suspenso por decisão liminar da Justiça Federal em Dourados.

No início de agosto deste ano, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região cassou a determinação que impedia o andamento do processo e determinou a retomada dos trabalhos da Funai.

O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul determinou a instauração de inquérito policial para apurar possível prática de formação de milícia privada por fazendeiros na região. De acordo com o procurador do MPF Marco Antônio Delfino de Almeida, a troca de mensagens, em rede social, do presidente do Sindicato Rural de Itaporã, Otávio Vieira de Mello, convocando produtores rurais para promover remoção forçada dos índios motivou o pedido de investigação.

“Uma das mensagens, ela fundamenta a instalação do inquérito, em que literalmente, esse presidente do sindicato de Rio Brilhante, conclama as pessoas à prática de crimes. Então, ele está conclamando, constituindo um grupo, uma milícia privada para efetuar desobstrução. O que a gente não pode, em hipótese alguma, é entender que aspectos patrimoniais eles podem prevalecer em relação à integridade física das pessoas”, disse o procurador.

Maíra Gabriel Heinen – ABr

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