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Cais do Valongo

Brasil caminha para ceder mais um patrimônio cultural

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Victor Ribeiro

O Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) se reúne, a partir deste domingo (2), em Cracóvia, na Polônia. Quase 200 países devem enviar representantes para o encontro, que vai durar 11 dias. O comitê analisa uma lista de sítios, como são chamados os locais candidatos a Patrimônio da Humanidade.

Este ano, são 26 os indicados a patrimônio cultural, sete a natural e um a patrimônio mundial misto. O Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, é o candidato brasileiro a patrimônio cultural.

Inaugurado em 1811, o cais foi o principal ponto de desembarque de escravos africanos nas três Américas. Em 1911, o Cais do Valongo foi aterrado e redescoberto 100 anos depois, durante as obras para a Olimpíada do Rio.

Debaixo da terra estavam milhares de objetos como calçados, botões feitos com ossos, colares, amuletos, anéis, pulseiras, jogos de búzios e outras peças usadas em rituais religiosos.

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Cais do Valongo é um local de preservação da memória, com valor extraordinário para toda a humanidade.

Na reunião, um grupo técnico do Comitê do Patrimônio Mundial também vai avaliar o estado de conservação dos locais que estão na lista. A coordenadora de Cultura da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, disse que os governos precisam se comprometer com a preservação.

A organização reconhece 20 patrimônios culturais e naturais no Brasil. Um deles é o conjunto de reservas do Cerrado, formado pelos parques nacionais das Emas e da Chapada dos Veadeiros, que ficam em Goiás. Esse conjunto está na pauta para ser avaliado.

O principal problema é que o perímetro de proteção da Chapada dos Veadeiros diminuiu nos últimos anos. Os técnicos do Patrimônio Mundial recomendaram que, até fevereiro deste ano, o governo federal garantisse a preservação da área, mas isso não ocorreu. Agora, os parques podem ser declarados em estado de risco e sair da lista do patrimônio. Há um mês, no entanto, o presidente Michel Temer assinou decreto ampliando a área de preservação em quase quatro vezes, passando de 65 mil para 240 mil hectares.

De acordo com o oficial de Meio Ambiente da Unesco no Brasil, Maximiliano Lombardo, se as alterações forem consideradas suficientes, o relatório sobre os parques do Cerrado pode ser retirado da pauta da reunião.

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