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Buraco negro ressuscita, sai das trevas e engole estrela após 26 anos

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Astrônomos de todo mundo observam pela primeira vez com grande precisão o momento no qual um buraco negro, que esteve “inativo” desde 1989, “consome” e “expulsa” uma massa procedente de uma estrela vizinha, informou o Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC).

Os cientistas estão há dez dias analisando a atividade do V404 Cygni, um sistema binário composto por um buraco negro e uma estrela que orbita na constelação Cisne, a quase 8 mil anos luz da Terra.

O Grande Telescópio das Canárias, situado no Observatório de Roque de los Muchachos, lidera as observações do fenômeno único, indica comunicado do IAC. A atividade do V404 Cygni é o tema central da Semana Europeia da Astronomia e das Ciências do Espaço (EWASS), realizado na cidade de La Laguna, na Espanha.

O pesquisador do IAC e um dos responsáveis pelas observações do fenômeno, Teo Muñoz-Darias, explicou que em um sistema dessas características as camadas externas da estrela se sentem mais atraídas pela gravidade do buraco negro. Desse modo, se inicia uma transferência de material, chamada de disco de acreção.

Quando esse disco se torna suficientemente denso, explica Muñoz-Darias, instabilidades são produzidas e precipitam a queda do material acumulado sobre o buraco negro, provocando erupções. Após uma longa temporada “inativo”, o buraco negro então “engole” a matéria, gerando raios X e radiação de alta energia.

“O que vemos inicialmente é um aumento brusco de brilho a energias muito altas”, esclarece Muñoz-Darias.

O pesquisador explica que a matéria se aproxima do buraco negro e parte dela se transforma em energia por um mecanismo que está, de algum modo, intimamente ligado à expulsão de parte dessa matéria. Essas “expulsões” podem ser estudadas pela primeira vez com telescópios ópticos.

O descobrimento desse tipo de sistema binário ocorre em momentos de erupção como o que está sendo observado. De fato, a V404 Cygni foi identificada e teve a massa medida graças à última grande erupção de raios X, em 1989. Até então se pensava que ela era uma estrela variável tipo “nova”.

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