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Candidatos de esquerda do RJ se unem por presos políticos da Copa

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A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro conseguiu algo que parecia improvável neste início de campanha eleitoral. A união dos candidatos a governador e a deputado de partidos de esquerda adversários no pleito de outubro, como PT e PSOL, respectivamente, do senador Lindbergh Farias e do professor de História Tarcísio Motta, ambos da oposição ao governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB), que tenta a reeleição. Graças à prisão de caráter temporário e “preventivo” de 17 pessoas – além de dois menores – no último sábado, que pretendiam ontem fazer uma manifestação em frente ao Maracanã, palco da final da Copa do Mundo.

Os políticos liderados pelos dois candidatos a governador, lideraram o manifesto: Eis o texto: “Enquanto os brasileiros sofrem com a derrota da seleção, um resultado muito mais grave está sendo engendrado: a derrota da democracia e da Constituição. No Rio de Janeiro, por razões políticas, 17 pessoas foram presas, com base em mandados de prisão temporária, e dois menores foram apreendidos. Um representante do poder judiciário viabilizou a ação policial, evidenciando mobilização orquestrada com participação governamental.

A operação foi justificada para prevenir ações que pudessem perturbar a ordem pública no dia da decisão da Copa do Mundo. Por esse motivo os advogados têm tido dificuldade em conhecer a substância de cada acusação: tudo foi feito para impedir que os presos se beneficiassem de Habeas Corpus antes de domingo. O chefe da polícia civil tem deixado claro, em seus pronunciamentos, que as prisões visam prevenir possíveis ações. Estamos diante de uma arbitrariedade inaceitável, que agride o Estado democrático de direito.

As prisões constituem ato eminentemente político e criam perigoso precedente: a privação da liberdade individual passa a ser objeto de decisão fundada em previsões e no cálculo relativo ao interesse dos poderes do Estado. Foram golpeados direitos elementares individuais e de livre manifestação. Conclamamos todos os cidadãos comprometidos com os princípios democráticos, independentemente de ideologias ou filiações partidárias, a unirem-se contra o arbítrio e a violência do Estado, perpetrada, ironicamente, sob a falsa justificativa de evitar a violência”, afirmou o documento, que tem ainda a assinatura dos deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL) e Robson Leite (PT), dos federais Chico Alencar, Jean Wyllys (ambos do PSOL), Jandira Feghali (PC do B), do vereador carioca Renato Cinco (PSOL), da presidenciável do PSOL, deputada federal Luciana Genro (RS) e do antropólogo Luiz Eduardo Soares.

“Não podemos nos calar diante das prisões arbitrárias que ocorreram hoje no Rio de Janeiro. Não podemos aceitar as graves violações ao direito de manifestação e à liberdade de reunião. A criminalização dos movimentos sociais é uma agressão à democracia. O legado da Copa é a falta de democracia”, afirmou Lindbergh.

“No dia da final da Copa da Fifa, estivemos nas ruas novamente.  Pelo direito à manifestação e para mostrar que o consenso mostrado pela grande mídia é falso. Essa copa trouxe muito lucro para poucos e muita tristeza para muitos. As remoções, os operários mortos, as violações de direitos, a elitização do futebol e a subserviência do governo aos interesses da multinacional do futebol ofuscaram o congraçamento entre os povos e as boas partidas de futebol que ocorreram. E para coroar com “cassetete de ouro”, as prisões políticas ocorridas no dia 12, acompanhadas do estado de sítio praticado na Praça Saens Peña no dia 13, escancararam de vez o abuso de poder e violência que marcaram o “mega evento”. O que isso tudo nos ensina no momento em que as Olimpíadas se aproximam?”, questiona Motta.

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