Curta nossa página


Com Celina conselheira, Michel se recolhe e PT promete tática do dedo no olho

Publicado

Autor/Imagem:


Celina Leão será conselheira do Tribunal de Contas do Distrito Federal, na vaga aberta com o desligamento de Domingos Lamoglia. A engenharia para tirar a deputada do PDT da Câmara Legislativa, onde é presidente, foi traçada pelo governador Rodrigo Rollemberg. O aval do Palácio do Buriti veio com as bênçãos dos bispos JB Carvalho, da Igreja Evangélica Comunidade das Nações, e Robson Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra.

Celina está desgastada como deputada, levando a reboque o fraco desempenho do Poder que ela preside. Já Rollemberg, nem se fala. Até porque – é voz corrente nas ruas – o eleitor continua esperando ele tomar posse de fato e de direito para o cargo a que foi conduzido no pleito do ano passado.

A briga dos dois atuais maiores próceres da política brasiliense – ela, à frente da Câmara, ele, na cadeira mais alta do Buriti – que culminou com a demissão de Hélio Doyle da Casa Civil, foi apenas jogo de cena. Havia um acordo premeditado. E o eleitor, como marido traído, foi o último a saber.

O acordo recebeu a primeira costura na semana passada, dia de Lua brilhante no Céu, quando Rollemberg decidiu pegar o telefone e fazer algumas consultas sobre a disputa ferrenha pela cadeira de Lamoglia.

Um dos interlocutores foi categórico. “Por que não a Celina?”, enfatizou. Rollemberg, pele macia, mesmo sem barba, nem por isso deixou de passar a mão no queixo. E aprofundou o tema, disparando telefonemas para outros confidentes.

A ida de Celina para o Tribunal de Contas tem um objetivo imediato – manobrar, dentro do que a lei e a ética permitem, para rejeitar as contas do ex-governador Agnelo Queiroz. Isso é questão de honra para a ainda deputada e para o governador.  O segundo ponto, é a presidente da Câmara passar por uma espécie de estágio. Afinal,  o Tribunal de Contas é uma grande escola para quem pretende trabalhar como executor. Até porque, é ali que se aprende a fiscalizar e a combater a corrupção.

A indicação de Celina para o Tribunal vai livrar a deputada de dois abacaxis. Um, a CPI do Transporte Coletivo, tão desejada e agora deixada ao lado. Outro, as investigações sobre os desmandos na área da saúde pública. Esses últimos são problemas que dividem os deputados distritais que estiveram ao lado de Agnelo e que hoje compõem a base de Rollemberg. E como a Bíblia diz que não se pode servir a dois senhores, nada melhor como ficar em cima do muro.

O quadro é claro. Os escândalos na área da saúde vêm da época em que Rodrigo Rollemberg era aliado de Agnelo. Os problemas, porém, são os mesmos. E se avolumam a cada dia. Para contornar a situação, o Palácio do Buriti trabalha nos bastidores na tentativa de impedir a instalação da CPI que faria estragos nos alicerces do Governo de Brasília. Descartada a investigação na saúde, o foco agora é minar a CPI do Transporte.

A saída de Celina Leão da Câmara abrirá espaço para a vice-presidente Liliane Roriz. Rollemberg nada perderá, posto que a filha do ex-governador que criou assentamentos em todo o Distrito Federal mantém laços estreitos com o Buriti. Quem não gostou da ideia foi o deputado Dr. Michel (PP), que sonhava com uma aposentadoria tranquila. Ele se sente traído e promete troco.

Aliás, por falar em vingança, o caldo entornou para os lados da bancada do PT. O partido apostava na indicação do deputado Wasny de Roure. Mas, como o petista foi jogado para escanteio, a orientação agora é partir para a guerra. Não necessariamente suja, mas que vai haver dedo no olho, disso ninguém pode duvidar. A autoridade parlamentar Chico Vigilante, líder da legenda, que o diga.

Em síntese, a história é essa. Outros detalhes, como a chegada de Celina à casa de Rodovalho, onde se estendeu até a madrugada de terça para quarta-feira, para ver sacramentada a bênção inaugurada por JB Carvalho; e a efetiva participação de Sandro Vieira em todo o processo, serão contados depois.

Eu costumo dizer na OK FM que é pau no gato. E mais paulada haverá em todo esse imbróglio. É que a turma do (a) S.A., atuou com força nos bastidores. Em troca, vai ter uma hóstia doce, para que a mobilidade entre nos trilhos, nas vias, nas ciclovias…

Comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.