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Celina, de Caroninha a Pinóquio, e a imagem irreal de dona de CPI’s

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Na pré-véspera do Natal que se aproxima, terão decorridos exatos cinco meses de mais uma promessa não cumprida pela presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal. De lá para cá ela teve agregado ao seu sobrenome, a título de chacota, o substantivo feminino carona, no diminutivo. E mais: nos últimos dias, cresceu o simbolismo de quem falta com a verdade. E a deputada passou a ser conhecida como Celina Caroninha Pinóquio Leão.

Há razões para isso. No caso do substantivo, trata-se da viagem que a parlamentar fez ao Tocantins, pegando uma carona em jatinho particular, embora estivesse em missão oficial. Na melhor das hipóteses, é caso para perda do mandato por quebra de decoro. Já a homenagem com a aglutinação da seiva do emadeirado filho de Gepeto, fica por conta da proclamada e engavetada CPI da Saúde.

Tudo começou no dia 23 de julho de 2015, quando o deputado distrital Rodrigo Delmasso (PTN) levou aos seus pares um requerimento de sua autoria para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito capaz de apurar supostos crimes de desvio de recursos públicos na área da saúde, no governo de Agnelo Queiroz e na atual administração de Rodrigo Rollemberg.

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De acordo com Delmasso, várias assinaturas foram colhidas para viabilizar a CPI. Bem fundamentado, o requerimento foi encaminhado à Mesa Diretora da Câmara Legislativa, que tem a pedetista Celina Caroninha Pinóquio Leão como presidente. A iniciativa de Delmasso foi elogiada. Porém, por mais aguerrido que ele seja, garras foram apontadas em sua direção e o requerimento jogado no fundo de uma gaveta, onde vive encoberto por teias de aranha.

Esta semana Celina incorporou o espírito de Pinóquio. Em programa do PDT transmitido pela televisão, a presidente apareceu pregando ser ela a responsável pela abertura da CPI dos Transportes. E, pasmem, anuncia que também fará funcionar a CPI da Saúde.

Os comentários são os de que a deputada está se saindo pior do que a encomenda. É como se seus eleitores, arrependidos, sejam vítimas de choques imorais provocados por curto circuitos de promessas vãs.

Nunca é tarde para lembrar que Celina Caroninha Pinóquio Leão esteve à frente da campanha de Rodrigo Rollemberg ao Palácio do Buriti, de quem se fez aliada de primeira hora. E o governador, claro, pode mesmo aceitar tudo – desde que se exclua da lista uma Comissão Parlamentar de Inquérito que pode jogar seu governo na UTI. É como se a deputada insistisse com o jogo do toma lá dá cá, para auferir vantagens. Logo ela, que indicou secretários de Estado, administradores regionais e presidentes de autarquias, mas que nem por isso sacia a sede de poder.

Quando se olha no espelho, Celina parece se imaginar a rainha da selva que faz sangrar a política de Brasília. É como se uma leoa faminta, perdida na savana, apostasse em um último trunfo, como a reeleição para a Mesa Diretora. Para tanto, seria servido um banquete cujos restos se destinariam às hienas.

O problema é que entre savana e cerrado, há uma grande diferença. Além disso, bonecos narigudos, mesmo que esculpidos em madeira de lei, nem sempre estão na legalidade.

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