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Cenário embolado em Brasília. Eliana bate pé, Agnelo desliza, Lili sai…

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O campo sucessório em Brasília nunca esteve tão embolado. Embora reste menos de um mês para a homologação de chapas majoritárias e candidaturas proporcionais nas convenções partidárias, o arranjo político é uma incógnita.

Em meio a esse cenário distinto, muito se especula. E a corrida contra o tempo parece querer apressar os ponteiros do relógio eleitoral. Esse ao menos é o desejo do povo, para que comece a escolher, no tempo devido, os nomes que ofereçam melhores condições de conquistar seu voto.

Há, contudo, três certezas: 1) Agnelo Queiroz, em que pese o desastrado governo que vem fazendo, conforme indicam as pesquisas, vai tentar a reeleição; 2) Eliana Pedrosa é candidata ao Palácio do Buriti e não abre mão, por ser um desejo não só dela, mas da própria direção nacional do seu partido, o PPS; 3) Liliane Roriz, herdeira do clã encabeçado pelo pai Joaquim, deixará a condição de vice numa eventual candidatura de José Roberto Arruda para buscar mais um mandato na Câmara Legislativa.

Analistas políticos não sabe sequer que tintas usar para desenhar o quadro existente. A unanimidade éa candidatura de Agnelo Queiroz, que mesmo sem a confirmação formal do PMDB, deve disputar a reeleição repetindo a dobradinha com Tadeu Filipelli.

Do lado oposto, literalmente, estão os demais pré-candidatos que continuam numa verdadeira maratona de negociações. Nas conversas há muita dissimulação e interesses por vezes não muito republicanos. E existem obstáculos que podem levá-los a deixar a competição no meio ou chegar no final com lesões insanáveis.

É dado como certo que o ex-governador José Roberto Arruda não conseguirá manter erguida a chapa inicialmente idealizada, na medida em que é iminente o desligamento da deputada distrital Liliane Roriz da posição de vice-governadora.

Liliane deseja ser candidata a reeleição para a Câmara Distrital, onde acredita ser o ambiente ideal para desenvolver suas habilidades políticas, se preparando, portanto, para alçar voos mais altos no futuro.
Além do mais, desistindo de compor com Arruda, a filha de Joaquim Roriz atenderá ao desejo do presidente do seu partido (PRTB), empresário Luiz Estevão, que não esconde de ninguém a vontade de fazer uma expressiva bancada distrital sob o seu comando.

Há ainda o senador Rodrigo Rollemberg, preso na Rede de Reguffe e Marina, afastando de si e do seu PSB alianças mais do que naturais. No entendimento de observadores políticos, o isolamento partidário autoimposto por Rollemberg inviabiliza sua pré-candidatura.

Essa mesma situação é vivida pelo deputado Luiz Pitiman (PSDB), que até agora não tem demonstrado o mesmo desempenho que o levou a vencer a batalha interna no ninho tucano para se viabilizar como pré-candidato ao Buriti. Ou seja, não conseguiu construir nenhuma aliança em torno de sua candidatura.

Já a destemida deputada Eliana Pedrosa vem conversando com partidos das mais diferentes matizes políticas. No entanto, tem evitado adiantar se essas tratativas já se traduziram em alianças.

A pré-candidata apenas deixa escapar que Alberto Fraga e Augusto Carvalho estão no rol de seus parceiros políticos mais próximos. Consequentemente, a expectativa é a de que os três estarão juntos de alguma forma.
Porém, adepta do estilo low-profile, Eliana Pedrosa não vem despertando o interesse da grande mídia que ainda não costuma elencá-la como pré-candidata. Isso cria margem para diversas especulações quanto ao seu destino político.

Mas a própria deputada é categórica, ao afirmar que sua candidatura está posta e que o destino será subir a rampa do Palácio do Buriti no dia 1º de janeiro de 2015, como a primeira mulher (eleita) a governar o Distrito Federal.

A interlocutores, a deputada repete que PPS confiou a ela a missão de vencer a disputa com Agnelo Queiroz.
– Estou pronta e disposta. Quero e vou disputar o governo. O resto é especulação, disse em conversa com Notibras.

Sobre uma eventual chapa majoritária composta pela deputada com Alberto Fraga, do DEM, como vice e Augusto Carvalho (SDD) para o Senado, Eliana é taxativa: “Acredito que pela nossa história seríamos eleitos, mas não cogito isso, apesar de reconhecer que política é a arte do possível.”

A arte do possível, como observou Eliana Pedrosa, pode trazer surpresas no meio dessa disputa. Considerando que política é como nuvem (já dizia Tancredo Neves) o tempo pode ficar feio para candidatos à Câmara dos Deputados. É claro que Eliana nega essa possibilidade, mas já passou pela cabeça de alguém de a candidata do PPS resolver concorrer à Câmara dos Deputados, numa aliança com os mesmos Fraga e Augusto? Os três terão cadeiras garantidas. O PT, no máximo, fará dois deputados. Sobrariam três vagas. Quem se candidata?

José Seabra

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