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Com as contas no vermelho, brasileiro saca e esvazia a poupança

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Abril foi mais um mês com retirada recorde de recursos da caderneta de poupança. Segundo dados do Banco Central (BC), os saques superaram os depósitos no mês passado em R$ 5,850 bilhões –configurando o pior abril desde que os dados começaram a ser coletados, em 1995.

Foi também o quarto mês seguido em que a diferença entre saques e depósitos na poupança (chamada de captação líquida) ficou negativa. No acumulado do ano, o saldo é negativo em R$ 29,081 bilhões.

O número veio melhor do que o apresentado em março, quando o resultado tinha sido negativo em R$ 11,4 bilhões. Porém, foi pior que o registrado em abril do ano passado, quando o resultado também foi negativo, em R$ 1,27 bilhão (abril foi o único mês com captação negativa em 2014).

Cerca de 65% dos recursos investidos na poupança pelos brasileiros deve ser aplicados pelos bancos em financiamento imobiliário. Por isso, menos recursos na poupança significa mais dificuldade para financiar a casa própria.

A Caixa Econômica Federal, principal responsável por financiamentos imobiliários, com cerca de três quartos do mercado, tem elevado juros e apertado as condições de financiamento para a casa própria.

Desde a última segunda-feira, a Caixa tornou mais difícil financiar imóveis usados. O banco agora financia no máximo 50% do valor do imóvel usado de até R$ 750 mil; antes, financiava até 80% do imóvel. Para os imóveis acima de R$ 750 mil, o banco público reduziu o valor máximo de financiamento de 70% para 40%.

Os fatores que ajudam a explicar os saques seguem os mesmos: inflação elevada, menor crescimento da renda do trabalhador e mais gastos com tarifas e combustíveis neste ano.

A contínua alta da taxa básica de juros (Selic) também tira atratividade da caderneta, que perde em rentabilidade para outros investimentos, mesmo considerando a isenção de Imposto de Renda.

Desde o fim de agosto de 2013, a poupança voltou a ser remunerada pela “fórmula antiga” de 0,5% ao mês mais TR. Pela regra atual, se a Selic voltar a ficar abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento será equivalente a 70% da taxa básica de juros.

A Selic está atualmente em 13,25% ao ano. A remuneração da poupança é de 6% ao ano, acrescida de Taxa Referencial (TR).

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