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Com base fraca (e farda militar) Irã não tem muito o que mostrar

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Pela quarta vez, o Irã chega à Copa do Mundo, mas as perspectivas são mais uma vez modestas. Apesar do experimentado treinador português Carlos Queiroz levar seus conhecimentos ao Oriente Médio, o futebol iraniano ainda não é capaz de atingir um melhor nível. É verdade que Ali Daei e Ali Karimi, nas últimas duas décadas, até vestiram a camisa do Bayern de Munique, mas nada que impulsionasse uma nova realidade. Parte dos problemas do Irã se deve à formação de jogadores.

Um dos aparentes motivos é o período mais curto das divisões de base do Irã. O período formativo se restringe normalmente dos 14 aos 17 anos, quando os jogadores já passam ao grupo adulto, e ainda há forte concorrência com o futsal, modalidade bastante popular no país. Nem todos os clubes dão enfoque suficiente à base e, segundo um brasileiro que trabalha no futebol iraniano, a mentalidade na formação é bastante amadora. O setor de formação é quase todo dominado por ex-jogadores que procuram apenas uma oportunidade de promoção.

Quando atingem a maioridade, os atletas iranianos ainda precisam se dividir entre a bola e o fuzil. No país, o serviço militar é obrigatório para os homens, tem dois anos de duração e pode ser cumprido entre os 18 e os 26 anos. É comum que mesmo entre as equipes profissionais, ao longo da temporada, jogadores tenham que se ausentar de compromissos com seus clubes para participar de treinamento no exército local. O fato de praticamente todos os times pertencerem ao governo e serem sustentados por companhias públicas, automaticamente, limita as possibilidades de se abdicar do serviço militar.

Paralelamente a isso, a Federação Iraniana também não parece preocupada em propor grandes avanços na formação. A cláusula obrigatória de jogadores Sub-23 no elenco profissional é uma realidade na primeira divisão local, mas o desempenho do país nos torneios internacionais é paupérrimo. Em 2013, o Irã falhou na busca por vaga no Mundial Sub-20 pela 17ª vez em 19 edições. A participação da equipe Sub-17 no Mundial da categoria foi mais animadora, com passagem às oitavas de final, mas pareceu mais um capítulo isolado do que efetivamente uma mudança de mentalidade.

Para dificultar ainda mais qualquer perspectiva de evolução, apesar da presença de Carlos Queiroz na seleção, o investimento local em futebol é pequeno diante da maioria dos outros países do Oriente Médio e há pouco intercâmbio com profissionais internacionalmente gabaritados. O treinador Ali Doustimehr, há mais de uma década, é responsável por comandar o Irã Sub-17 e Sub-20, e se mantém no cargo mesmo sem resultados animadores.

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