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Dias melhores

Como esperar (e agir) para que 2018 seja melhor

Publicado

Autor/Imagem:
Daniel Martins de Barros

Antes da festa de ano-novo é bom reforçar algo que provavelmente você já sabia, mas foi cientificamente comprovado: não existe forma de prevenir nem tratar a ressaca. Ah, e vale lembrar que dormir mal nos deixa menos atraentes. E também que comer peru não causa sonolência. Todas essas pesquisas foram publicadas ao longo dos últimos anos na prestigiosa científica British Medical Journal (renomeada BMJ), em sua aguardada e disputada edição de Natal.

A revista, cujo fator de impacto passa dos vinte (ou seja, as pesquisas que ela publica são citadas em média por outras vintes pesquisas, o que dá a medida de sua importância), reserva um fascículo por ano, na época natalina, para artigos que, embora rigorosos, sejam também leves, bem humorados ou que de alguma forma carreguem o espírito das festas.

Esse ano a edição comemorativa publicou um editorial encabeçado pelo colega psiquiatra brasileiro Rodrigo Affonseca-Bressan com o sugestivo título Hope is a therapeutic tool (algo como Esperança é um instrumento terapêutico). Realmente propício para o momento.

Diferente do otimista, que acredita que o melhor irá acontecer, o esperançoso acredita que o melhor pode acontecer. E exatamente por não dar o resultado positivo como favas contadas ele se coloca em ação, fazendo o que precisar para aumentar a chance de alcançar sua meta. O otimismo pode até ter o efeito oposto – lembremos o que aconteceu com a lebre na disputa com a tartaruga.

O pessimismo, então, nem se fale. Não se trata, portanto, da crença inocente de que tudo sempre dará certo; tampouco da irreal expectativa de que tudo dará errado. É a noção de que existem estratégias a serem colocadas em marcha por nós mesmos, as quais podem influenciar positivamente em nosso destino.

Os autores citam exemplos de como a esperança pode ser útil em casos de doenças crônicas, como asma e até esquizofrenia, e por isso destacam seu papel terapêutico. Ressaltam, então, que a capacidade de transmitir esperança – não falsas expectativas, veja bem – pode e deve ser ensinada aos médicos. Afinal, quando estamos doentes existem duas coisas que queremos saber: o que está acontecendo conosco e se há esperança. Ou seja, se há algo que devamos fazer que possa ajudar no tratamento.

Mas a dica não vale só para profissionais da saúde. Todos nós queremos ter esperança no ano novo. A cada Réveillon desejamos que o ano que entra seja melhor em alguns (ou vários) aspectos. Então fica a lição: não basta ser otimista. É preciso ter esperança – aquilo que nos faz acreditar que algo é possível, definir estratégias e começar. Ou, como disse Paulo Freire, “temos mesmo é de esperançar”.

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