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Corrupção devora estruturas do Confea e Creas e agora enche o bolso de engenheiros

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O “faz-me rir” da corrupção não tem habitat específico. Age onde tiver alguém com tendência a fazer manobras para benefício próprio. Nas esferas onde a visão da população ainda é turva, dinheiro – recursos públicos, diga-se de passagem – escorre pelo ralo.

Na quarta-feira 19, alguns milhares de engenheiros e agrônomos de todo o Brasil, num universo estimado em 1 milhão de profissionais, podem mudar o destino da categoria. Ou não. Será a escolha dos novos presidentes dos conselhos regionais em cada unidade da Federação. E de quem ficará à frente do Conselho Federal.

Mas antes de ir às urnas, os profissionais precisam, antes de tudo, saber o que os escolhidos têm feito com a estrutura das entidades. Há algumas semanas, Notibras vem mostrando o que há de sujo nessa área. E um péssimo exemplo é o presidente do Confea, José Tadeu da Silva, que tem se beneficiado do poder e dinheiro – cerca de 1 bilhão de reais – para se perpetuar no cargo e nadar no luxo.

Embora em menor escala, alguns presidentes regionais seguem os passos de José Tadeu, e balançam os ombros para a Justiça. Mas ela não é cega, como acreditam alguns. O ex-presidente do Crea em Goiás, José Luiz Prudente D’Oliveira, foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a pagar 142 mil reais por realização de despesas alheias às finalidades institucionais da entidade.

Na lista de irregularidades, segundo o TCU, estão gastos com churrascos de confraternização, pagamento de apresentações artísticas, pagamento de convites de formatura de duas instituições de ensino, ovos de chocolate, palestras sobre dicas de beleza e cuidados faciais, pagamento de combustíveis para veículos que não pertencem ao Crea, produção de panfletos e cartazes, entre outras despesas totalmente alheias às atividades da instituição.

Em Mato Grosso do Sul, a bandalheira também não tem limite. Neste caso, o ex-presidente do Crea, Jary Castro local abusava do poder, principalmente na hora de assinar os contracheques dos amigos. Segundo documentos obtidos por Notibras, três aliados de Castro tinham salários exorbitantes.

Os salários do superintendente, assessor parlamentar e Ouvidor, somados, passavam de 40 mil reais. Era praticamente o equivalente as remunerações de todo o quadro. E isso ocorria enquanto alguns funcionários reclamavam da falta de mão de obra na entidade.

Um funcionário do Crea-MS denunciou a Notibras que o assessor parlamentar é o vereador Edson Shimabukuro. Ele acumula os dois cargos. Consequentemente, recebe os dois salários, o que é proibido por força da lei. O Ouvidor, José Carlos Ribas, também recebe um alto salário. Agora, com dinheiro em caixa, ele disputa a presidência do Crea naquele Estado.

O que todos têm em comum? São apoiados e aliados do presidente do Confea, José Tadeu. E todos querem se perpetuar no poder para garantir, de forma ilícita, suas respectivas e pomposas aposentadorias. Tudo a custo dos cofres públicos e das contribuições de engenheiros e agrônomos que trabalham sério e que, se acredita, também vão querer gente séria no comando das entidades de classe a partir do dia 19.

Elton Santos

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