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Dilma insiste em sua defesa que é vítima de um golpe promovido pelo Parlamento

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Elizabeth Lopes, Igor Gadelha e Carla Araújo

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) disse em sua defesa, feita nesta segunda-feira, 29, no plenário do Senado Federal, que se o impeachment se concretizar, o País estará “a um passo da concretização de um verdadeiro golpe de Estado.” Na sua avaliação, a abertura do processo se deu em razão de não ter curvado às chantagens do presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Este processo de impeachment foi aberto por chantagem explícita de Cunha, mas nunca aceitei em minha vida ameaças e chantagens.” E frisou: “Se tivesse me acumpliciado, não correria o risco de ser condenada injustamente.”

No discurso, Dilma disse que ela e seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deram todas as condições para que as investigações em curso no País fossem realizadas. “Assegurei autonomia do Ministério Público.”

Ainda no discurso, a petista justificou o que considera de injustiça do processo de impeachment, destacando que tem orgulho de não ter enriquecido em cargo político e nem conta no exterior E frisou que hoje “viola-se a democracia e pune-se uma inocente ” E repetiu que o País está a um passo da consumação de uma grave ruptura institucional.

Dilma disse que o impeachment se tornou-se assunto central da pauta política e da imprensa, dois meses após a sua reeleição. E destacou que os partidos que apoiavam o seu principal oponente nas urnas, no pleito presidencial de outubro de 2014, o tucano Aécio Neves (PSDB), “fizeram de tudo” para impedir a sua posse e estabilidade.”Queriam o poder a qualquer preço e tudo fizeram para desestabilizar a mim e a meu governo”, emendou. E disse que por ter contrariado interesses, pagou e paga um elevado preço.

No discurso, ela criticou também o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e falou que sua gestão foi prejudicada pelas chamadas ‘pautas-bomba’ no parlamento, que prejudicaram a economia e dificultou a busca do reequilíbrio fiscal. “Foi criado assim o ambiente de instabilidade política.”

“Contrariei interesses e por isso pago um preço alto”, disse a presidente afastada na sua defesa, ressaltando que o processo de impeachment só foi aprovado por conta da “chantagem implícita” de Cunha, que não queria que seu processo de cassação fosse aberto. E frisou o fato de não ter se curvado à chantagem do peemedebista motivou a abertura de seu processo de impedimento.

No discurso, a petista disse que “curiosamente, estarei sendo julgada por um crime que não cometi” e criticou novamente Cunha. “Ironia da história? Não, de maneira nenhuma”, respondeu, dizendo que a abertura de seu processo de impeachment foi um fato que teve a cumplicidade e apoio de setores da mídia. “Encontraram na pessoa do ex-presidente da Câmara o vértice de sua aliança golpista.”

Em diversos momentos ela reafirmou que não cometeu crime de responsabilidade, criticou a oposição ao seu governo e lembrou os casos dos governos Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart.

“Hoje, mais uma vez ao serem feridos nas urnas setores da elite política e econômica, nos vemos diante do risco de ruptura democrática. Os padrões políticos dominantes no mundo repelem a violência explícita, mas agora é a violência moral, usando pretextos da Constituição para dar uma pretensa aparência de legitimidade para um governo que assume sem o amparo das urnas”, afirmou. “São pretextos para derrubar por meio de um impeachment sem crime de responsabilidade um governo legítimo. São pretextos para viabilizar um golpe na Constituição que, se consumado, resultará na eleição indireta de um governo usurpador”, disse.

estadao

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