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Equipes de três UPAs relatam que unidades serão fechadas. Faltam exames e remédios

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Pollyanna Bretas

Equipes médicas e funcionários de três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do governo estadual afirmam terem sido comunicados de que suas unidades serão fechadas na próxima quarta-feira. As UPAs da Ilha do Governador, de Irajá e de Botafogo já não estão mais fazendo exames laboratoriais para diagnóstico de dengue e zika e deixaram de fornecer vários remédios.

Segundo fontes ouvidas pelo EXTRA, durante uma reunião, os administradores informaram aos funcionários que as unidades teriam suas atividades suspensas, passariam por obras durante um mês e seriam transformadas em UPAs especializadas apenas em pediatria.

Pacientes que procuram atendimento e famílias de doentes que estão internados já começaram a ser avisados sobre a mudança.

— A UPA vai fechar no fim do mês, por 30 dias. Quando reabrir, não atenderá mais adultos — disse uma funcionária da Ilha do Governador, que pediu anonimato.

Na porta da unidade, a desempregada Cristiane Oliveira, de 42 anos, deixava a UPA amparando o filho, que ficou internado por uma semana na unidade devido a complicações do diabetes.

— Os médicos deram alta para ele porque o setor de laboratórios parou de funcionar, e eles não conseguem monitorar os níveis de glicose por meio de exames de sangue. Além disso, nem o remédio para a doença dele a UPA oferece. Meu filho precisa de metronidazol, que está em falta — contou Cristiane.

Em Irajá, a família da aposentada Neuza da Silva Souza, de 72 anos, está angustiada. A paciente tem uma grave doença no coração e conseguiu liminar no Plantão Judiciário, no dia 24, determinando sua imediata transferência.

— Se sofrer um ataque cardíaco aqui, ela vai morrer porque os médicos não vão conseguir salvá-la. Estamos comprando os medicamentos para ela — disse Fabiana dos Anjos, de 39 anos, nora de Neuza.

Secretaria fala em reorganizar o atendimento

As UPAs da Ilha, de Irajá e de Botafogo são administradas pela Organização Social Viva, que também opera as unidades da Penha e da Maré. Na Penha, pacientes com suspeita de dengue, zika e chikungunya são liberados sem diagnóstico por falta de exames.

— Pediram para a gente voltar na segunda-feira porque estão sem exames de sangue. Meu irmão está ardendo em febre e com manchas na pele. Eles suspeitam de dengue, mas mandaram a gente ir embora — disse a doméstica Antonísia Alves dos Santos, de 61 anos, que acompanhava o irmão Antônio Alves, de 57.

A Secretaria estadual de Saúde afirmou que as três UPAs não fecharão nos dias 30 e 31 de março. “A rede estadual de atendimento de urgência e emergência passará por processo de reorganização do atendimento, visando à otimização de recursos e à melhoria dos serviços oferecidos à população”, afirmou a nota. A secretaria afirmou que anunciará o planejamento nos próximos dias e acrescentou que as dívidas dos contratos com todas as Organizações Sociais estão sendo auditadas.

A coordenação da UPA de Irajá afirmou que a paciente Neuza será transferida para o Instituto de Cardiologia Aloysio de Castro, mas não informou quando isso vai acontecer. Quanto à realização de exames, as UPAs de Irajá e Ilha informam que os pedidos estão sendo encaminhados para outras unidades. As coordenações nas UPAs afirmaram que não faltam remédios.

EXTRA

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