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Está chegando a hora. O que vai sair das urnas em outubro?

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Só resta a próxima semana para as eleições de 5 de outubro. Os candidatos poderão fazer campanha para busca de votos até às 22 horas do próximo sábado (4), véspera da votação. É nesta reta final, como manda a tradição brasileira,  que a grande maioria de eleitores decide em quais candidatos vai votar, principalmente em relação aos candidatos ao Poder Legislativo.

Pelas pesquisas eleitorais, tem-se como certa a realização do segundo turno – já marcado para 26 de outubro – para a escolha do presidente que vai comandar o Brasil nos próximos quatro anos, a partir de 1° de janeiro de 2015. O mesmo acontecerá com as eleições de governadores. A indefinição no primeiro turno se nota também na maioria dos 27 estados federativos. Talvez, uma das exceções poderá ocorrer em São Paulo, com a reeleição do governador Alckmin acontecendo já no dia 5 de outubro.

DILMA E MARINA NO SEGUNDO TURNO

No primeiro turno as pesquisas indicam a vitória da presidente Dilma Rousseff (PT), com um percentual pequeno à frente de Marina Silva (PSB), ficando em terceiro lugar o senador Aécio Neves (PSDB), portanto, fora da corrida eleitoral do segundo turno. Bem que ele tentou, de forma até desesperadora, aumentar seu contingente de votos nesses últimos 15 dias, mas em vão.

No segundo turno, com Aécio descartado, a tendência  é que a grande maioria dos votos dos tucanos se desloque para a candidata Marina Silva. Historicamente, eleitores do PSDB são anti –PT, tucanos querem ver de longe os petistas, e vice-versa.

Ai então a ex-senadora do Acre ganharia a condição de favorita para vencer o segundo turno. As pesquisas de hoje apontam um empate entre as duas candidatas. Como a campanha do segundo turno terá uma duração de 20 dias, muita água vai correr debaixo da ponte. Marina Silva contará com um ponto  importante: terá na televisão e no rádio o mesmo tempo disponibilizado para a candidata Dilma Rousseff. No primeiro turno, isso não está acontecendo. O que estamos vendo é um massacre: Dilma com 11 minutos, contra 2 minutos de Marina. Dilma tem contra um eleitorado que anseia por mudanças, e o pais passa por grave crise econômica, com inflação em alta, PIB estagnado, endividamento cresce e baixa credibilidade.

ACABARIA O CICLO DO PT

Se confirmada a eleição de Marina, o ciclo do PT no poder (12 anos) chegaria ao fim. O mesmo aconteceu anteriormente com o PSDB, que governou com FHC o Brasil por oito anos.

Com a ascensão de Marina  se abriria um novo cenário político em nosso país. O que nele acontecerá é uma incógnita.

Vai depender muito de como Marina vai compor o seu governo e como vai se relacionar com o novo Congresso Nacional. Ela vai ter que montar uma competente engenharia política, já que não chegam a cem os parlamentares que serão eleitos e que a apoiaram na campanha eleitoral. O Congresso vai continuar nas mãos do PMDB, do PT  e PSDB, todos eles derrotados na corrida presidencial.

Se a presidente Dilma conseguir virar o humor dos eleitores na campanha do segundo turno, ela poderá ser reeleita. Então o Brasil passará a viver um outro cenário, mergulhado numa grave crise econômica que tem ela como a única responsável, por conta da forma incompetente  como geriu a nossa economia nos seus quatro anos de governo. Ela vai encontrar um outro Congresso, que talvez se curve menos. As pesquisas revelam que virão parlamentares com disposição de serem mais altivos, menos capachos. Isso imporia à Dilma uma nova forma de fazer política, de se relacionar com os políticos.

UM FUTURO COM ALTERNATIVAS

Marina Silva anunciou que, se eleita, não vai postular sua reeleição em 2018. E que vai governar com os melhores e mais competentes, mas sem a mediação das lideranças dos partidos. Ela vai tentar sepultar o modelo da política do “ toma lá, da ca”, muito usado no Brasil nos últimos tempos. Fala-se, por exemplo, que José Serra seria convidado para comandar a Ministério da Saúde, o que ele fez com brilho no governo FHC. O Ministério da Justiça poderá ser entregue ao ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que ficou famoso pelo pais afora pela sua atuação como relator do processo do mensalão do PT, e que acabou levando 19 réus para a cadeia .  Outro nome lembrado é o senador petista Eduardo Suplicy, que comandaria um ministério da área social.

“Vamos colocar nossas propostas de governo para o PMDB, PSDB e outras legendas. Não acreditamos que esses partidos iriam para uma oposição raivosa, onde certamente o PT vai estar” – declarou João Paulo Copabianco, um dos principais interlocutores de Marina Silva. Com Marina fora da futura disputa presidencial, ficaria aberto caminho para os partidos começarem já a elaboração  de suas estratégias com vistas a corrida de 2018. No PT, o candidato preferencial será o ex-presidente Lula; só não será ele caso sua saúde não permitir. No PSDB o candidato natural seria o senador Aécio Neves. Mas ele terá pela frente o governador Geraldo Alckmin, que ficará no governo de São Paulo por mais quatro anos, e que não abriria mão de se candidatar ao Palácio do Planalto  pela segunda vez.

O PMDB já anunciou que pretende também  disputar a Presidência da República daqui quatro anos com candidato da suas próprias fileiras. A estratégia para tal será estudada logo após a posse da presidente eleita e da instalação do novo Congresso Nacional, em uma Convenção Nacional.

Esse cenário exposto poderá, porém, sofrer uma reviravolta. É que tanto Marina como Dilma revelaram que enviarão para os deputados e senadores uma proposta de ampla reforma política. Com o sentimento de mudanças que predomina nas eleições do próximo domingo, é bem provável que serão alteradas as regras político -eleitorais, de forma que seria reduzido o número de partidos. Hoje são 32 registrados na Justiça Eleitoral. Poderá surgir o agrupamento de novas forças políticas, com reflexos no PMDB, PT e PSDB, hoje as maiores legendas do país, mas que sofrem muitas discórdias internamente.  Portanto, depois das eleições vão estar abertas possibilidades para que muitas mudanças ocorram, como também nada poderá acontecer, já que a tão sonhada reforma política é prometida há mais de duas décadas.

Cláudio Coletti 

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